Tereza da praia
Samba de Tom Jobim e Billy Blanco, da época em que ambos estavam obtendo seus primeiros sucessos musicais como autores. Foi Tom quem procurou Billy com a ideia de uma música que reunisse Dick Farney e Lúcio Alves, que o público supunha inimigos pessoais. Seria a “reconciliação” dos dois, na verdade sempre muito amigos. O que daria no diálogo cordial de “Tereza da praia”, gravação Continental de 7 de junho de 1954, lançada entre esse mês e o de julho do mesmo ano, disco 16994-A, matriz C-3401 (ouça adiante!). O nome de Tereza, escolhido por Billy Blanco, que não conseguia imaginar outro mais eufônico, foi por causa do nome da mulher de Tom, sem mais nenhuma outra semelhança, evidentemente, com o samba. O próprio Tom Jobim está ao piano neste registro, acompanhando Dick Farney e Lúcio Alves com seu conjunto.
Extraído de Samuel Machado Filho
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O encontro dos “rivais” Dick Farney e Lúcio Alves, antecipando a bossa nova
No excelente livro “Chega de Saudade” (1990), Ruy Castro dedica especial atenção a dois personagens da música brasileira, explicando sua importância prévia para o que viria a ser a bossa nova: o carioca Dick Farney (1921-1987) e o mineiro Lúcio Alves (1927-1993).
Cantores de maior destaque até a chegada da safra de Tom Jobim e João Gilberto, eles já inseriam em seus trabalhos toques modernos e (principalmente no caso de Farney) a influência da música norte-americana – os grandes standards e o jazz – quando os bossanovistas ainda eram crianças.
Por este e outros motivos, “Tereza da Praia”, canção de dois então compositores em ascensão – Antônio Carlos Jobim e Billy Blanco – gravada em dueto por Alves e Farney em 1954, é um dos principais momentos de antecipação da bossa nova. Vale lembrar que o gênero só seria “oficializado” como tal, quatro anos depois com o sucesso do compacto “Chega de Saudade”/”Bim Bom”, gravado por João Gilberto.
Considerados, à época, como dois grandes rivais, Lúcio (o primeiro a cantar na gravação) e Dick mostram na verdade um entrosamento de velhos amigos.
Escrito por Daniel Setti em 15/10/2011
Lucio Alves & Dick Farney & Tom Jobim e Conjunto(1954)
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Uma suposta rivalidade entre Dick Farney e Lúcio Alves – os modernos e galantes cantores da época – deu à Continental, gravadora de ambos, uma oportunidade extra de faturamento. A ideia era promover “a pacificação” dos dois, através de uma canção dialogada em que eles disputavam a mesma garota. Como dispunha também no elenco do então jovem compositor/arranjador Antônio Carlos Jobim e do letrista Billy Blanco (que haviam acabado de fazer a “Sinfonia do Rio de Janeiro”), encarregou-os de criar esta canção.
Daí nasceu o samba pré-bossa nova “Tereza da praia”, uma conversa musical entre os próprios Dick e Lúcio, o que emprestou à encenação maior autenticidade.
Esta singular realização foi valorizada pelo charme e a categoria dos cantores – que passaram a impressão de compartilhar realmente do amor da volúvel Tereza -, completada por Tom e seu conjunto, o que beneficiou de fato a carreira dos quatro participantes do projeto.
Traduzindo o ambiente carioca dos anos cinquenta, o disco tornou-se um sucesso total, jamais sendo igualado por outras gravações da mesma canção. Sobre a coincidência de ser a então mulher de Tom Jobim homônima da personagem, esclarece Billy Blanco, em seu livro ‘Tirando de Letra’: “Lamento desapontar críticos, jornalistas e boateiros: Tereza da praia é figura absolutamente fictícia”.
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
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