É bom parar
O samba mais cantado no carnaval de 1936 foi “É bom parar”, também conhecido como “Por que bebes tanto assim, rapaz”, verso inicial da música: “Por que bebes tanto assim, rapaz? / Chega, já é demais / Se é por causa de mulher é bom parar / porque nenhuma delas sabe amar”.
Este estribilho foi mostrado a Francisco Alves pelo autor, Rubens Soares, um boxeador, campeão carioca e brasileiro na categoria de pesos médios. Então, sem nada informar a Rubens, Chico procurou Noel Rosa, que, pela quantia de 200 mil-réis, completou o samba com duas segundas partes primorosas, em que se destacam versos como “de ti não terei mais pena / é bom parar por aí / quem não bebe te condena / quem bebe zomba de ti” e “não crês, conforme suponho / nesses versos de canção / mais cresce a mulher no sonho / na taça e no coração”‘ – os dois últimos, uma irônica alusão à valsa “A mulher que ficou na taça”, de Chico Alves e Orestes Barbosa, que foi sucesso em 1934.
Embora essa história (relatada por João Máximo e Carlos Didier em “Noel Rosa, uma Biografia”) fosse bastante conhecida no meio musical da época, o samba “É bom parar” ficou mesmo sem o nome de Noel na parceria. Rubens Soares é autor de outros sucessos como “Nega do cabelo duro” e “Solteiro é melhor”.
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
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O nome de Noel Rosa não aparece nos discos, nem na partitura. Vários depoimentos, inclusive de Almirante e Jorge Faraj, atribuem a ele coautoria.
Gravada originalmente na Victor em 1936 por Francisco Alves, acompanhado pelos “Diabos do Céu”, e lançada em discos 78 rpm (ouça adiante!). Francisco Alves regravou o samba em 1952 na RCA Victor.
Outras gravações conhecidas são as de Carolina Cardoso de Menezes (piano, 1939), Bando da Lua (1941), Nuno Roland (1941), Luizinho (piano) e Coro, Gilberto Milfont (1954), Britinho (piano) e sua Orquestra (1956), Altamiro Carrilho (1957), Zaccarias e sua Orquestra, Orquestra Tabajara de Severino Araújo (1962), Eumir Deodato, Lana Bittencourt (1965), Gilberto Alves (1966), Elza Soares & Miltinho (1967), Marlene & Nuno Roland (1968), Moreira da Silva (1973), Sílvio Caldas (1973), Mato e Morro (1974), Blecaute, Lyra de Xopotó, Os Sete Velhinhos, Moreira da Silva (1977), Bloco Pierrôs & Colombinas (1981), Escola de Samba Império Serrano, entre outras (Confira em ‘Qual Delas ?’).
O cantor Joel de Almeida, bom frequentador das rodas de samba, ouviu esse estribilho (Por que bebes tanto assim rapaz?…) na boca de um rapaz de barbicha, alourado, bicheiro, mas não se lembrou do nome. O compositor, o estimado pugilista Rubens Soares, levou o estribilho aos ouvidos de Francisco Alves que prontamente percebeu ter um diamante nas mãos a ser lapidado. Decidiu gravar o samba para o Carnaval. Só que a música tinha apenas um estribilho e faltava um mês para a folia. Foi atrás de Noel Rosa e lhe pediu para fazer a segunda parte. Noel, há mais de um ano de relações cortadas com Francisco Alves, negou-lhe o pedido. Francisco Alves, desesperado, praticamente implorou para que o amigo a fizesse. Noel então, para não esticar a conversa, resolveu tocar no ponto fraco de Chico, pedindo-lhe mais dinheiro do que de costume ao estipular a quantia de duzentos mil-réis. Francisco Alves se recompôs do susto que levou com a quantia e foi logo cantando a primeira parte. Ao invés de uma, Noel fez duas segundas partes. Francisco Alves, uma vez que havia pago para obter as segundas partes, achou que não havia necessidade de incluir o nome de Noel na partitura, o que explica a sua omissão na parceria.
Apesar do pouco tempo que teve para ser divulgado, o samba foi um sucesso. Noel Rosa, vendo que “É bom parar” alcançou maior popularidade do que “Palpite infeliz”, sentiu-se destronado. A única pessoa que podia desbancar Noel Rosa era o próprio Noel Rosa…
“É bom parar” tornou-se uma questão controvertida quanto à sua autoria, pois Rubens Soares declarou várias vezes que não fez música alguma em parceria com Noel Rosa.
É antológica a citação aos versos de Orestes Barbosa para a música que o próprio Francisco Alves assina em “A mulher que ficou na taça”.
Extraído de http://www.aochiadobrasileiro.webs.com
Francisco Alves & Coro & Diabos do Ceu(1936)
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