Grito de alerta
Gonzaguinha, o compositor e letrista da canção, obteve inspiração para a criação através de uma história vivida pelo cantor Agnaldo Timóteo, grande amigo seu. Foi o próprio Agnaldo que contou a Gonzaguinha a história em uma madrugada. Agnaldo estava vivendo um romance perturbado com Paulo Cesar Souza, cheio de desencontros e brigas. Comovido, Gonzaguinha escreveu “Grito de alerta”, canção com uma personagem cheio de dores, graças ao amor, e que clama ao amado por paz no relacionamento.
Porém, antes de Agnaldo saber da existência da canção, Gonzaguinha a entregou para a cantora Maria Bethânia, que no ano anterior gravara com sucesso “Explode coração” do compositor. Bethânia incluiu “Grito de alerta” no álbum Mel de 1979, abrindo o lado B do LP (ouça adiante!).
A canção de tema homoafetivo ganhou interpretação intensa e dramática pela cantora, responsável por outras canções de personagens que se entregam intensamente ao amor, e tornou-se logo um grande sucesso dela e um dos maiores êxitos do bem sucedido álbum.
“Grito de alerta” acabou entrando na trilha sonora da novela “Água Viva”, exibida pela Rede Globo no ano seguinte.
Quando Agnaldo Timóteo ficou sabendo da canção, Bethânia já a tinha gravado. Irritado por não ter sido o primeiro a gravar a canção cuja história era sobre ele, acabou sendo o segundo a gravar. Sua versão foi adicionada ao álbum “Deixe-me viver” (Confira em ‘O tempo não apagou’), mas não conseguiu destaque. No próximo ano foi Gonzaguinha quem a gravou no seu álbum “De volta ao começo”. Outras versões surgiram em 2001 por Emílio Santiago e em 2004 por Bruno e Marrone.
Extraído de https://pt.wikipedia.org
Maria Bethania(1979)
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O discurso do embate político cedia espaço em 1979 para um envolvente Gonzaguinha, que acostumado a ouvir na infância Jamelão, Lupicínio Rodrigues e músicas portuguesas, entregava para Maria Bethânia consagrar um samba-canção de sua autoria, em que discutia as difíceis questões do coração. Deixando de lado a razão, “Grito de alerta” era uma tentativa sincera de se desapegar de questões menores e amar de portas abertas.
Extraído de http://www.esquinamusical.com.br
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“Grito de alerta” – Entre Gonzaguinha e Aguinaldo Timóteo
Aguinaldo Timóteo é um cantor relacionado com a música romântica derramada, tido como um cantor brega, bem do estilo popular.
Gonzaguinha firmou-se como um grande compositor da MPB, cujo sucesso surgiu a partir dos festivais universitários na década de 70. O fato de ser filho de Luiz Gonzaga não fez da música de Gonzaguinha uma música de povão, como eram os forrós e baiões do velho “Lua”.
De um lado, um cantor com um vozeirão, com letras fáceis e apelo popular. Do outro, um cantor da elite universitária, com letras engajadas e um estilo mais contido. O que eles teriam em comum?
Segundo Paulo Cesar de Araújo, no seu livro “Eu não sou cachorro não” (Rio de Janeiro: Record,2005), há uma história que envolve a criação da música “Grito de alerta”, que veio a ser gravada por Maria Bethania.
Gonzaguinha e Timóteo eram contratados da mesma gravadora (EMI) na década de 70 e acabaram tornando-se amigos. Segundo Araújo, Gonzaguinha não escondia uma certa admiração por Timóteo, pois este “sabe segurar a barra de viver o permitido e o não permitido”.
Ambos também possuíam fortes convicções políticas, nem sempre coincidentes, mas isso não impedia a amizade entre eles.
Conta Araújo que numa certa madrugada, no final dos anos 70, Gonzaguinha ouviu Timóteo queixar-se de seus desencontros do relacionamento com Paulo Cesar Souza, o Paulinho (para quem Timóteo compôs “A bolsa do posto três”, sucesso na decada de 70). O resultado da conversa foi a composição “Grito de alerta”, título sugerido pelo próprio Timóteo: “Primeiro você me azucrina/ me entorta a cabeça/ e me bota na boca/ um gosto amargo de fel…”
Gonzaguinha, contudo, não deu exclusividade da gravação para o amigo, e “Grito de alerta” foi entregue também a cantora Maria Bethânia – fato que provocou o ciúme de Timóteo, que, numa entrevista, declarou: “Eu fiquei pau da vida com o gonzaguinha porque aquela história era minha, eu deveria ter sido até parceiro dele na música. Eu falei: Puta que pariu, Gonzaguinha, então eu te conto uma história de minha cama e você dá a música para a Bethânia gravar!?”
A música foi um tremendo sucesso na voz de Maria Bethânia.
Timóteo gravou também a música, que na voz dele passou meio despercebida no álbum “Deixe-me viver”, de 1979.
Curioso também que são cantores absolutamente díspares, quase antagônicos, em estilo, público e repertório. Mas eram amigos, tanto que Timóteo, ao longo de sua carreira, gravou outras músicas de Gonzaguinha….
Extraído de http://musicaemprosa.musicblog.com.br
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