Conceição
A personagem “Conceição” era uma jovem que “vivia no morro a sonhar com coisas que o morro não tem”. Então, “Lá em cima apareceu alguém que lhe disse a sorrir, que descendo à cidade ela iria subir”. Resultado. Conceição desceu o morro, mudou de nome, trilhou caminhos estranhos e agora “daria um milhão para ser outra vez Conceição”.
Desenvolvendo de forma pitoresca (“se subiu / ninguém sabe, ninguém viu”) um tema que já havia inspirado outras canções, o letrista Jair Amorim e o melodista Dunga (Valdemar de Abreu) criariam um retumbante sucesso, o maior de 1956. Uma parte desse sucesso deve ser creditada ao cantor Cauby Peixoto, então no auge da fama, que tornou “Conceição” a peça mais característica de seu estilo (ouça adiante!).
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
Cauby Peixoto(1956)
X.X.X.X.X.X.X
A noite do meu bem: A história e as histórias do samba-canção
Por Ruy Castro
Tantos anos depois, é acreditar que um cantor admirado pela capacidade de escolher repertório pudesse tê-los recusado quando eles lhes foram oferecidos pelos autores. Mas foi o que aconteceu em princípios de 1956, quando Dunga e Jair Amorim os mostraram a Sílvio Caldas. Por tédio ou estar de partida para algum remoto grotão, Silvio não se interessou. Eles o levaram então a Dircinha Baptista que sentiu logo o potencial da história contada na letra: a da moça que se deixa seduzir pelas luzes do asfalto, vai à luta e decepciona-se, mas não pode subir de volta para o morro porque havia “descido” moralmente. Dircinha gravou “Conceição” em maio, na RCA Victor, e o disco saiu em agosto (confira em ‘O tempo não apagou’). Cauby também o gravou – mais uma vez, sem registro da data -, e a Columbia o pois na praça em setembro. Pois, mesmo com um mês de atraso em relação a gravação da poderosa Dircinha, Cauby tomou-lhe “Conceição” e fez deste o maior sucesso de sua carreira.
Não quer dizer que Cauby pudesse se apoderar de qualquer música já gravada e tornar-se seu dono – na verdade, essas foram as duas únicas vezes em que isso aconteceu. E, assim como Di Veras (*) acertou ao insistir que ele gravasse “Molambo” e “Conceição”, houve também casos em que Di Veras errou. E foi sempre este o problema de Cauby: um equipamento invejável – sua voz -, a serviço de qualquer coisa que lhe dessem para cantar, mesmo na intimidade do chuveiro.
(*) Di Veras – empresário de Cauby Peixoto
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