O pato
“O pato” fazia parte do repertório dos “Garotos da Lua” desde o final dos anos quarenta. Entretanto, jamais foi gravado pelo conjunto e, provavelmente, permaneceria inédito em disco se não tivesse caído nas graças de João Gilberto. Ex crooner do grupo, João apaixonara-se por este samba inusitado e fez questão de incluí-lo em seu segundo elepê (ouça adiante!).
Jaime Silva (1921-1973) era um mulato alto, elegante e simpático”, segundo Ruy Castro no livro “Chega de saudade”. Alagoano de nascimento, mas morando no Rio desde menino, era sapateiro do serviço de intendência do exército, além de pandeirista e eventual compositor, nas horas vagas. Costumava namorar sua futura esposa, Maria, no ‘Campo de Santana’, Zona Centro do Rio de Janeiro, onde observando patos e marrecos se esbaldarem no laguinho local prometia, contemplativo: “ainda vou fazer uma música com esses patinhos…”.
E isso de fato logo aconteceu, quando ele compôs, com a parceira Neuza Teixeira, “Aves no samba”, título que modificaria para “O pato”, por sugestão de João Gilberto. Como “Lobo bobo”, “O pato” acabou caracterizando o lado galhofeiro da bossa nova, concentrado na letra que descreve a exótica cena de um quarteto vocal, formado pelo pato, o marreco, o ganso e o cisne ensaiando à beira da lagoa o “Tico-tico no fubá”.
Além da graciosa interpretação do João, contribuiu para o sucesso da canção o saboroso arranjo timbrístico de Tom Jobim, elaborado com o cantor nos dez dias de janeiro de 1960 passados no sítio em ‘Poço Fundo’ onde o disco foi concebido.
Destaca-se nesse arranjo um contraponto da flauta (respondendo às palavras “o Tico-tico no fubá”) e do clarone, com intervenções tão marcantes aos “qüem-qüem”, que suas frases terminaram por se incorporar à própria composição. O final em fade-out é um dos momentos mais deliciosos da bossa nova, com possibilidades de variações harmônicas e de improvisos que parecem não ter fim. Não foi assim à toa que Jobim escreveu na contracapa desse álbum: “E tudo foi feito num ambiente de paz e passarinho. P.S. — As crianças adoraram ‘O pato’.” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Ed. 34).
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
Joao Gilberto(1960)
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Por causa do lançamento do álbum “Gilbertos Samba”, em que homenageia João Gilberto regravando músicas que ganharam notoriedade na voz do violonista, Gilberto Gil divulgou um vídeo inédito no qual comenta a canção “O pato” – clássico eternizado na voz de João, composto por Jayme Silva e Neuza Teixeira e parte integrante do álbum “O Amor, o Sorriso e a Flor” (1960).
“Essa música é tudo, é uma história infantil de parque de diversões, de jardim zoológico, essa coisa de os animais humanizados fazendo um conjunto vocal – que tanto é o mundo do João, como um mundo extraordinário da música”, disse. “Os conjuntos vocais impulsionaram a música popular, trazendo as harmonias mais exigentes das orquestras para as vozes humanas. E também por causa da narrativa era uma música que tinha a capacidade de conquistar as crianças.”
Extraído de http://musica.uol.com.br/
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Uma das músicas mais identificadas com a voz do cantor baiano João Gilberto, “O pato” (Jayme Silva e Neuza Teixeira) – composição lançada por João em seu segundo álbum, ‘O amor, o sorriso e a flor’(Odeon, 1960) – ganhou registro do cantor e compositor baiano Gilberto Gil. O pato volta a fazer quén quén em ‘Gilbertos samba’, disco em que Gil aborda o repertório de João Gilberto sob a produção musical de Bem Gil e Moreno Veloso (confira em ‘O tempo não apagou’).
Extraído de http://www.blognotasmusicais.com.br/ em 26/12/2013
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Hildemar Diniz: O velho da Guarda
Monarco em entrevista a Mariana Sgarioni, em 01/02/2007
…Participei da gravação com a Velha Guarda. Conheço Marisa Monte desde pequenininha, o pai dela é meu amigo. Cheguei um dia na casa dela, comecei a contar histórias e saiu o assunto do Jayme Silva. Grande compositor, ele fez “O pato”, que o João Gilberto gravou. A canção dá dinheiro a Maria, mulher do Jayme, até hoje. Na época da bossa nova, quando Jayme fez essa música, a Maria me disse: “Acho que o Jayme tá ficando maluco. Ele anda fazendo um negócio gozado, um negócio de pato, que canta alegremente…” Eu ri e disse: “Deixa ele”.
Extraído de http://guiadoestudante.abril.com.br/
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