Parei na contramão

Roberto Carlos & Erasmo Carlos

Enquanto a quase totalidade dos cantores ligados à onda do iê-iê-iê, e mais tarde ao movimento ‘Jovem Guarda’, gravava versões de músicas estrangeiras, o jovem cantor negro Baby Santiago (Fulgêncio Santiago) fazia, desde 1961, composições sobre assuntos brasileiros como o “Rock do Saci”.

O Pioneiro Baby seria seguido pela dupla Roberto e Erasmo Carlos que percebendo, conscientemente ou não, esse caminho para o rock nacional, tratou de criar o seu próprio repertório. Assim, apesar do êxito inicial de Roberto ter sido uma versão de “Splish, splash” (Bobby Darin e Jean Murray, versão de Erasmo Carlos), logo aconteceria, incluído no mesmo elepê, “Parei na contramão”, um dos primeiros grandes sucessos de autoria brasileira na área do rock (ouça adiante!).

Como a maior parte do repertório americano no gênero, os três acordes fundamentais dos blues — tônica, subdominante e dominante — constituem a base de sua melodia, enquanto a letra explora um símbolo de status da juventude, o automóvel: “Vinha voando no meu carro, quando vi pela frente / na beira da calçada um broto displicente / joguei o pisca-pisca para a esquerda e entrei / a velocidade que eu vinha não sei / pisei no freio obedecendo ao coração / e parei, parei na contramão.”

O espírito de rebeldia e o impulso dançante do jovem estão presentes nesta gravação, marcada pela guitarra, contrabaixo e a voz anasalada do maior ídolo da mocidade brasileira nos anos seguintes, Roberto Carlos (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br

Roberto Carlos & The Angels(1963)

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