A flor e o espinho
Sérgio Porto considerava os versos iniciais de “A flor e o espinho” uma das mais belas imagens de nosso cancioneiro: “Tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor”. Na verdade, estes versos que são de Guilherme de Brito – ficaram tão famosos, que se tornaram uma espécie de marca registrada da obra de Nelson Cavaquinho, que é autor somente da melodia. Aliás, em todas as composições da dupla, Nelson fez sempre as melodias e Guilherme as letras.
Formada em 1955, essa parceria, fundamental para a própria história do samba, criou, além de “A flor e o espinho”, outras obras-primas como “Degraus da vida”, “Folhas secas”, “Pranto de poeta”, “Quando eu me chamar saudade”, “O bem e o mal” etc.
Mas, voltando ao samba “A flor e o espinho”, pode-se dizer que esta composição (feita durante um encontro na Praça Tiradentes, no Rio) sintetiza o estilo poético/musical da dupla, marcado por um lirismo angustiado, pessimista, em que ressalta uma constante preocupação com a morte e as tragédias da vida. Isso, de certa forma, contrasta com a personalidade de Nelson, por toda a vida um boêmio irreverente, inveterado trovador de botequim.
Lançada por Raul Moreno em disco Todamérica, em 1957 (ouça adiante!), “A flor e o espinho” só ganharia sua principal gravação, oito anos depois, quando Elizeth Cardoso a incluiu no elepê ‘Elizeth sobe o morro’ (ouça adiante!).
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
Raul Moreno(1957)
Elizeth Cardoso & Nelson Cavaquinho & A Voz do Morro(1964)
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Essa canção apesar de possuir uma letra que transmite um sentimento de tristeza por um amor desfeito, pode ser considerada um dos clássicos da música popular brasileira. Composta numa parceria de Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha, foi lançada em 1957.
“Tire o seu sorriso do caminho/Que eu quero passar com a minha dor/Hoje pra você eu sou espinho/Espinho não machuca a flor”. Nada mais doloroso do que perceber alguém sorrindo com a sua tristeza. Ainda mais quando essa pessoa é a causa do seu sofrimento. Entende que deixou de ser considerado o companheiro dos momentos agradáveis. Como se fosse agora algo que incomodasse, um “espinho”. No entanto, chama a atenção para o fato de que a flor e o espinho convivem na mesma constituição da natureza botânica, mas não se machucam com a proximidade um do outro. “O espinho não machuca a flor”, antes pelo contrário, ele a protege quando tentam retirá-la de forma agressiva, brutal.
“Eu só errei quando juntei minh’alma a sua/O sol não pode viver perto da lua”. Reconhece, todavia, a incompatibilidade entre eles. São contrários, infelizmente não se combinam. Não ter percebido isso em tempo foi o seu grande erro. Afinal de contas, “o sol não pode viver perto da lua”, estão distantes, e jamais poderão estar próximos. Melhor sofrer respeitando o espaço da separação.
“É no espelho que eu vejo a minha mágoa/A minha dor e os meus olhos rasos d’água”. O seu rosto refletido no espelho denuncia todo o seu pesar com as circunstâncias. É a pura imagem da desolação, com os olhos vermelhos de tanto chorar o desenlace. Um profundo abatimento, embora resignado.
“Eu na sua vida já fui uma flor/Hoje sou espinho em seu amor”. Lembra-se dos instantes de enlevo que vivenciaram juntos, um tempo em que era considerado “uma flor”, com toda a sua pureza e a sua capacidade de provocar deslumbramento. A situação em que se encontra o “eu lírico” mudou a configuração, passou a ser visto como um espinho, um embaraço, alguém que se tornou importuno, que causa desconforto na relação, antes amorosa.
• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”
Postado por Rui Leitão
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QUEM REALMENTE COMPÔS O SAMBA “A FLOR E O ESPINHO” ?
Considero o samba “A flor e o espinho” uma verdadeira obra prima. Seus versos, de rara beleza, se adequaram como uma luva à comovente melodia. Oficialmente, a autoria da música é atribuída a três compositores, dois deles – Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho – são dois grandes nomes da história do samba brasileiro. Muitos ficam surpresos quando descobrem que o terceiro e desconhecido parceiro, um certo Alcides Caminha, é o famoso Carlos Zéfiro, pseudônimo do autor das famosas revistinhas eróticas, conhecidas como catecismos, que faziam a festa dos adolescentes e marmanjos entre as décadas de cinquenta e setenta.
Embora Alcides Caminha, sempre com convicção, afirmasse ser parceiro ativo na música. Nelson Cavaquinho, entretanto, em entrevista ao Programa Ensaio, realizado pela TV Cultura em 1973, confessou que vendia parceria em muitas músicas e que em “A flor e o espinho” não fora diferente – a música teria sido feita apenas por ele e Guilherme de Brito, fato confirmado por Guilherme em entrevista para o site ‘Samba- choro’.
Guilherme confessou, ainda, que os versos iniciais de “A flor e o espinho”, considerada por Sérgio Porto uma das mais belas imagens de nosso cancioneiro, foi feita por ele, cabendo a Nelson Cavaquinho a complementação da música.
Extraído de http://www.drzem.com.br
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No “Programa Ensaio”, Guilherme e Nelson sintetizam o encontro dos dois.
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Inesquecível e clássico samba da MPB, de autoria de Nélson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha. Sua gravação original foi feita por Raul Moreno na Todamérica em 14 de fevereiro de 1957 e lançada em abril seguinte no 78 rpm n. TA-5680-A, matriz TA-100045. Várias vezes regravado (Confira em ‘O tempo não apagou’), destacando-se os registros de Elizeth Cardoso, Nora Ney e dos próprios Nélson Cavaquinho e Guilherme de Brito. Direitos fonográficos reservados à Todamérica Música Ltda.
Extraído de Samuel Machado Filho
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No programa “Brasil Sonoro” levado ao ar no dia 16/07/2016, pela E-Paraná – 97,1 FM e 630 AM, a canção “A flor e o espinho” foi por nós lembrada no quadro ‘QUAL DELAS ?’ (ouça adiante!).
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“Hoje pra você eu sou espinho. Espinho não machuca a flor.”
Com letra de Guilherme de Brito e Alcides Caminha e melodia de Nelson Cavaquinho, “A flor e o espinho” virou um verdadeiro hino do cancioneiro brasileiro. Composta em 1955, a canção só foi gravada pela primeira vez pelo sambista Raul Moreno em 1957, mas só obteve grande sucesso em 1964, quando Elizeth Cardoso, grande musa da época, gravou a música. Nelson cavaquinho só gravou a canção em 1973, no seu disco homônimo que trazia regravações de suas maiores composições, com destaques para as parcerias com seu grande amigo Guilherme de Brito.
A letra da canção traz metáforas e muita tristeza, elementos típicos do samba da década de 50. Logo os primeiros versos “Tire esse sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor. Hoje pra você eu sou espinho. Espinho não machuca a flor”, já identificam a canção como um samba bem escrito e com uma mensagem a ser deixada.
Ouvida até hoje, “A flor e o espinho” está entre os 100 maiores sambas de todos os tempos e talvez seja a melhor obra da brilhante parceria de Nelson Cavaquinho com Guilherme de Brito.
Extraído de https://musicasbrasileiras.wordpress.com
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