As rosas não falam
A composição desse belo samba-canção é uma obra de Angenor de Oliveira, o Cartola.
“As rosas não falam” tem uma bela história. Um dia, Dona Zica, esposa de Cartola, ganhou umas mudas de rosas. Resolveu plantá-las no jardim e alguns dias depois, ao abrir a porta pela manhã, ficou extasiada com a quantidade de rosas desabrochadas. Chamou então Cartola e perguntou:
– Cartola, vem ver! Por que é que nasceu tanta rosa assim?
O mestre Cartola então respondeu:
– Não sei, Zica. As rosas não falam…
A frase ficou remoendo na cabeça do poeta. Tomou então do violão e a música brotou quase que imediatamente. Faltavam três dias para ele completar 65 anos. Cartola disse então que “As rosas não falam” foi o seu presente de aniversário.
Ainda sobre a canção, Paulinho da Viola contou que quando trabalhava na TV Cultura de São Paulo, no ano de 1973, apresentando um programa que buscava mostrar pessoas ligadas à música, principalmente sambistas ligados às escolas de samba, e foi visitado por Cartola. No meio do programa, Cartola interrompeu Paulinho da Viola e pediu para apresentar uma de suas composições. Paulinho da Viola ficou sem ação porém o diretor do programa autorizou a apresentação. Cartola então pegou seu violão e tocou pela primeira vez em público “As rosas não falam”. Paulinho contou ainda que durante anos não conseguia cantar a música.
“As rosas não falam” esteve na trilha sonora das novelas “Duas Vidas” (1976/1977) interpretada por Beth Carvalho, “Mulheres Apaixonadas” (2003), executada por Léo Gandelman (confira em ‘O tempo não apagou’), “Ninho da Serpente” (1982), na voz de Emílio Santiago.
Extraído de http://www.eternasmusicas.com/
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“As rosas não falam” é uma canção do compositor Cartola. A cantora Beth Carvalho incluiu esta composição no álbum “Mundo melhor” (1976), sendo esta a primeira gravação, lançada comercialmente (ouça adiante!).
Extraído de https://pt.wikipedia.org/wiki
Beth Carvalho(1976)
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Cartola é um dos casos mais curiosos e injustiçados da música brasileira. Tornou-se conhecido apenas na velhice e foi diversas vezes gravado com a assinatura de outros cantores durante seus anos de morro, quando era costume vender sambas para vozes de sucesso interpretá-los.
Essa canção, em especial, um dos sambas mais sofisticados e delicados de todos os tempos, só foi lançada em 1976, no segundo disco do sambista (ouça adiante!). Foi composta quando ele já estava com 67 anos de idade, e surgiu de um diálogo do compositor com sua esposa, Dona Zica. Ela lhe teria perguntado algo sobre uma roseira, e ele respondido que não sabia, já que as rosas não falam. Tornou-se um ‘megahit’ na voz de Beth Carvalho.
Extraído de Alexandre Duarte em http://rollingstone.uol.com.br/
Cartola(1976)
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Ao mesmo tempo em que implica com João Gilberto, antigo desafeto, e Tom Jobim, Tinhorão é menos cruel com Cartola: “Fiz uma descoberta que me deixou muito triste. Descobri que a melodia de ‘As rosas não falam’, de Cartola, na verdade é de dois caras do jazz. A melodia vem de ‘La Rosita’, de Coleman Hawkins e Ben Wester”. No caso de Jobim, o repórter nada pontua; no de Cartola, não perdoa e cita a palavra “plágio”. A resposta de Tinhorão: “Pode ser um plágio involuntário, mas que ele ouviu isso, não há a menor dúvida” (ouça adiante e opine!).
Extraído de http://jornalggn.com.br/
La Rosita (Coleman Hawkins & Ben Webster) – Coleman Hawkins e Ben Webster e Conjunto(1957)
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A história de “As rosas não falam” começou numa tarde de 1975 em que o compositor Nuno Veloso apanhou Cartola e sua mulher Zica para um passeio na Barra da Tijuca, onde pretendia visitar Baden Powell. Não tendo encontrado a casa do violonista, Nuno resolveu aproveitar a viagem para passar numa floricultura e comprar para Zica umas mudas de roseira que lhe havia prometido.
Tempos depois, flores desabrochadas dessas roseiras provocariam a indagação entusiástica de Zica (“Como é possível, Cartola, tantas rosas assim?..”) e a resposta desinteressada de Cartola (“Não sei. As rosas não falam…”), que ele acabaria aproveitando como mote para a canção: “Queixo-me às rosas / mas que bobagem, as rosas não falam / simplesmente as rosas exalam / o perfume que roubam de ti…”
Composta quando o autor completava 67 anos, “As rosas não falam” foi lançada em 1976, num elepê notável, produzido por Juarez Barroso, o segundo de Cartola na gravadora ‘Marcus Pereira’. Neste álbum ele apresentava outras inéditas como a também obra-prima “O mundo é um moinho”.
Além da delicadeza e do requinte, o que espanta nessas duas músicas é o fato de terem sido criadas pelo compositor numa idade em que a maioria das pessoas já se encontra aposentada, sem muita coisa a oferecer. Cartola é um caso especial em nossa música popular. Homem de origem e vida modestíssimas era, ao mesmo tempo, o poeta/compositor sofisticado. Pena que somente nos últimos anos de vida tenha conseguido gravar a maior parte de sua obra (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br/
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Reza a história que Cartola, homem de curta formação acadêmica, bebeu na poesia dos poetas Castro Alves, Gonçalves Dias e Olavo Bilac, entre outros, para construir seu arcabouço inspirador.
Seja como for, interpretadas de Carmen Miranda e Elizete Cardoso a Cazuza e Ney Matogrosso, as canções de Cartola se caracterizam tanto pela beleza melódica, quanto pela poética atravessada pelo desenho do amor romântico; do sujeito que sofre e não tem pudor ao cantar a dor.
Amigo de Carlos Cachaça, Angenor de Oliveira fez da boemia seu mote e do apelido uma persona que entrou para a história da canção popular. Da “zona do meretrício” extraiu as sutilezas que dão a contradição da existência.
“As rosas não falam” (Cartola II, 1976) é uma pérola que mostra bem a habilidade do cancionista: primeiro porque é daquelas canções que comentam a si mesma; e segundo porque a mensagem, de tão simples e singela, tem forte impacto emotivo: pétala por pétala, podemos sentir o abandono do sujeito no mar do sentimento.
Ao dizer que as rosas não falam, o sujeito da canção, que, por ventura, poderia ter seu canto preterido pela beleza das rosas, persuade o outro a lhe ouvir: ouvir o canto de amor. Enquanto as rosas apenas exalam o perfume que roubam do outro, ele, sujeito da canção, que prefere a beleza da mulher amada à beleza das rosas, compõe o canto de esperança no afeto.
A declaração alcança seu objetivo – fisgar o outro, fazê-lo voltar – no momento em que, com o fim do verão, percebe a possibilidade de ocupar o lugar visual (auditivo e táctil) das rosas com seu canto. Se as rosas não falam, e todo indivíduo precisa da fala alheia para se individualizar no mundo, o sujeito fala – canta – o outro: dá orientação e identificação à vida.
Óbvio está que, ao cantar o outro, o sujeito sabe que está acalentando os ais que sai de si. O entrelugar aberto pelo término do verão, que faz o coração bater outra vez, amplia a capacidade de conjunção entre os amantes, pois elimina as pseudo confidentes: as rosas.
Ao se dar conta de sua competência como cantor, o sujeito direciona sua narrativa (e lamúria) para seu objeto de desejo, na expectativa da correspondência. O outro “vê” os olhos tristonhos do sujeito e ouve sua queixa: o coração dispara – “e, quem sabe, sonhavas meus sonhos por fim”.
Extraído de http://365cancoes.blogspot.com.br/
Quero dizer que ouvi um cd de jazz de um amigo, coletânea de jazz anos 30 e 40, somente musicas americanas. E ali estava a melodia de ” as rosas não falam” este cd é americano. Logo vimos de cara que a melodia do cartola não é brasileira. Pois é. Em antes de seu tempo. Lamentável.
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