Até quem sabe
Economista, escritor, poeta e letrista, o carioca Lysias Enio de Oliveira, na letra de “Até quem sabe”, em parceria com seu irmão João Donato, que nasceu no Estado do Acre, fala sobre a esperança de um dia ele e sua amada se entenderem, sem precisarem mais fugir um do outro. Essa canção foi gravada pelo seu irmão João Donato no LP “Quem é quem”, em 1973, pela Odeon (ouça adiante!).
Extraído de http://www.tribunadainternet.com.br
Joao Donato(1973)
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A primeira letra gravada de Lysias Ênio foi “Até quem sabe”, parceria com João Donato, que registrou a canção no LP “Quem é quem”, em 1973.
Extraído de http://www.dicionariompb.com.br
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Na confusão, acabei dando a mesma música para vários compositores. Apareceram algumas letras diferentes para “Até quem sabe”, inclusive uma do Caymmi, que achou a do Lysias melhor. A canção tornou-se um dos meus maiores sucessos.
Extraído de entrevista de João Donato
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Entrevista de João Donato a Charles Gavin
Aí, juntou aquela turma toda e eu não tinha a menor experiência de como é que se faz isso, fui na casa do meu irmão e fizemos uma cassete com as músicas todas e demos para todo mundo a mesma fita. Que aí, todo mundo fez a letra do “Até quem sabe”.
– E aí?
E aí? Inclusive o Dorival Caymmi. Aí, eu digo: “tô lascado!” Com quatro letras do “Até quem sabe”.
– E como é que você fez para escolher?
Como é que eu vou fazer? Eu liguei para o meu irmão e disse assim: “olha aqui! Eu vou usar um pedacinho da sua letra”. Que ele era uma das quatro letras. (Canta trecho de música) Eu digo: “eu não gosto completamente disso, nem disso, nem disso, nem disso. Vou juntar esses quatro pedaços e fazer uma letra”. Aí meu irmão disse que se irritou. Era na véspera da gravação, pegou um pedaço de pão, daqueles papeis de pão, lá na casa da minha mãe na Tijuca, ali na Avenida Maracanã com Rua Uruguai, onde mora a minha irmã agora, que foi quem me ensinou a tocar piano. Ele se irritou e escreveu: “até um dia, até talvez, até quem sabe”.
– Boa ideia.
Boa ideia. Diz o Boris Schnaiderman que é um grande cabeça, mora em São Paulo, marido da Gerusa, que também é outra expert em folclore. Ele disse assim: “esse seu irmão descobriu a pérola”. Eu digo: “como assim?”. Porque os russos são assim parecem rústicos, mas é a cultura deles. “Ele descobriu uma pérola”. Eu digo: “como?”. “Esse ‘até talvez’ não existe, mas é uma joia da língua portuguesa. ‘Até talvez’ não pode ser, você pode dizer ‘até amanhã’, ‘até hoje’, ‘até ontem’, mas ‘até talvez’”. Eu digo: “eu posso dizer pra ele que ele é um gênio?”. Ele disse: “pode!”. Eu disse aí ele ficou todo feliz. Assim, como a coisa da letra do “Até quem sabe”. O Caymmi rasgou a dele e falou: “a letra é desse menino aqui”. Não sabia nem quem era.
– Acabou ficando a letra dele.
Acabou ficando a letra dele, porque o Caymmi que era o chefão. E quando o Caymmi rasgou a letra dele, os outros ficaram quietos, porque ninguém ia ousar contrariar aquela sabedoria do velho. Aí todo mundo guardou as letrinhas e ele ficou todo feliz por ter sido escolhido por Caymmi e ter sido escolhido por Boris Schnaiderman. Até chegar o irmão dele e concordar que ele é bom. Porque sempre tem esse negócio de irmãos.
Extraído de http://osomdovinil.org
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Uma coisa salta aos olhos, agora que nos deparamos com o conjunto desses discos: foi Doris Monteiro quem lançou várias das canções que conhecemos hoje, sucessos absolutos de… outras cantoras. Exemplos. “Eu hein, Rosa!” foi lançado por Doris, três anos antes da gravação de Elis Regina. “Até quem sabe?”(confira em ‘O tempo não apagou’), um ano antes de Gal Costa incluí-la no LP “Cantar” (1974). E “Diz que fui por aí”, lado a lado ao registro de Nara Leão – ambos são do mesmo ano. “São lançamentos de Doris Monteiro regravados por outras cantoras. É só ver o ano dessas gravações nos meus discos. Eu fiz tudo antes. Por aí você vê que eu tenho bom gosto: as cantoras procuravam no meu repertório coisas para gravar”, alfineta uma orgulhosa Doris Monteiro. Pode alfinetar, argumento para isso ela tem de sobra.
Você lançou músicas que depois fariam muito mais sucesso com outras cantoras do que na sua gravação original. Isso te dava muita raiva?
Pois é, as pessoas gravaram sempre depois de mim. “Vou deitar e rolar [Quaquaraquaquá]” foi outra que eu lancei antes da Elis. E músicas de Fernando César, Sidney Miller, Silvio César, Sueli Costa… tudo antes de todas as outras cantoras. Eu gravei “Bilhete” antes da Fafá de Belém. Não sei se foi coincidência, mas a Fafá foi ver o show onde eu cantava isso umas cinco, seis vezes. Em seguida, lançou a música numa novela exatamente como eu fazia: com piano e voz. É coincidência demais, não acha? Isso tem que ser comentado. As pessoas têm que saber que a gente fez aquilo antes e a Globo preferiu gravar de novo com outra pessoa para botar na novela. O porquê disso eu não sei, se me perguntarem.
Extraído de http://sambaesquemanosso.blogspot.com.br/
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Em algumas gravações de “Até quem sabe” aparece o nome de Mercedes Chies como co-autora, fato que não encontrei menção nas citações aqui transcritas.
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