Benvinda
No clima explosivo de 1968, parecia impossível gostar ao mesmo tempo de Caetano Veloso e Chico Buarque. As relações azedaram ainda mais depois de um episódio ocorrido durante a terceira e última fase do “IV Festival da Record”, no dia 2 de dezembro de 1968. O jornalista Adones de Oliveira, na Folha de S. Paulo, disse que Gilberto Gil se levantou na frisa onde estava, no “Teatro Paramount” (no qual se realizaram todos os festivais da Record, à exceção do que premiou “A banda” e “Disparada”, em 1966), e se pôs a gritar para Chico, que cantava a “Benvinda”: “Superado! Superado!”. Gil tem outra versão. “Eu estava no meio da platéia com Sandra, minha mulher, e quando algumas pessoas começaram a vaiar eu me levantei e gritei: “Não se incomode não, Chico, você é lindo, não ligue pr’esses babacas não!” (O júri deu o primeiro lugar a “São Paulo, meu amor”, de Tom Zé, mas o popular preferiu “Benvinda”.)
© Copyright Humberto Werneck in Chico Buarque Letra e Música, Cia da Letras, 1989
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1968: IV Festival da Música Popular Brasileira. Realizado no Teatro Record (SP).
Premiação pelo júri especial:
1º lugar: “São Paulo, meu amor” (Tom Zé), com Tom Zé;
2º lugar: “Memórias de Marta Saré” (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri), com Edu Lobo e Marília Medalha;
3º lugar: “Divino maravilhoso” (Caetano Veloso), com Gal Costa;
4º lugar: “Dois mil e um” (Rita Lee e Tom Zé), com Os Mutantes;
5º lugar: “Dia da graça” (Sérgio Ricardo), com Sérgio Ricardo e Modern Tropical Quintet;
6º lugar: “Benvinda” (Chico Buarque), com Chico Buarque e MPB-4.
Premiação pelo júri popular:
1º lugar: “Benvinda” (Chico Buarque), com Chico Buarque;
2º lugar: “Memórias de Marta Saré” (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri), com Edu Lobo e Marília Medalha;
3º lugar: “A família” (Chico Anísio e Ari Toledo), com Jair Rodrigues;
4º lugar: “Bonita” (Geraldo Vandré e Hilton
Accioly), com Trio Maraiá;
5º lugar: “São Paulo, meu amor” (Tom Zé), com Tom Zé;
6º lugar: “A grande ausente” (Francis Hime e Paulo César Pinheiro), com Taiguara.
Outras premiações:
Melhor intérprete masculino: Jair Rodrigues (“A família”)
Melhor intérprete feminino: Elza Soares (“Sei lá Mangueira”)
Melhor arranjador: Edu Lobo (“Memórias de Marta Saré”)
Extraído de http://www.dicionariompb.com.br/
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Com a retumbante presença do tropicalismo, o IV Festival da Música Popular Brasileira apresentado pela TV Record em 1968, contou com outras duas novidades: além do júri tradicional, o público foi convidado a votar. Seria o chamado “júri popular”. Composto com 98 pessoas ao todo e seria dividido em 14 equipes de 7 membros cada. Haveria dois resultados. O prêmio do júri e o prêmio do público.
Outra novidade teve o intuito de preservar as canções das vaias: as 36 músicas selecionadas seriam previamente apresentadas em um show que não valia a classificação prá final. No final, como era de se esperar, o resultado do júri oficial foi diferente do júri popular. Este decidiu que o samba de Chico, “Benvinda”, interpretado por ele e pelo MPB4 levaria o primeiro lugar.
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Em 1968, a TV Record dividiu o júri de seu Festival de MPB em dois: um, no palco, para julgar as músicas concorrentes, o júri especial, e o júri popular. Sob o slogan “Você também é juiz”, o público também teve oportunidade de votar em suas músicas favoritas, através de cartas, telefonemas e cupons publicados na revista “Intervalo”. Pelo júri especial, a vencedora foi “São, São Paulo, meu amor”, de e com Tom Zé, mas pelo popular, quem venceu foi “Benvinda”, samba de Chico Buarque, por ele defendido ao lado do MPB-4. Tanto o autor quanto o grupo vocal fizeram registros separados da composição (confira em ‘O tempo não apagou’). Eis aqui o do próprio Chico Buarque, com suporte orquestral de Lindolfo Gaya, lançado pela RGE no compacto simples n. CS-70339-A, matriz RGO-4674 (ouça adiante!). Direitos fonomecânicos reservados à Comercial Fonográfica RGE Ltda. (Som Livre). ISWC: T-003327512-5. 1968 – RGE CS-70339-A, matriz RGO-4674 – Chico Buarque – Benvinda.
Extraído de Samuel Machado Filho
Chico Buarque & Lindolfo Gaya e Orquestra(1968)
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