Cinco letras que choram

Silvino Neto

Prestes a separar-se do filho pequeno, a fim de realizar uma longa excursão artística, Silvino Neto compôs “Adeus, cinco letras que choram”. E o fez, segundo afirmava, “Em menos de meia hora, numa viagem de bonde entre o Catete e o Centro do Rio de Janeiro”. Achando-a ótima para a voz de Francisco Alves, Silvino logo lhe mostrou a canção, que o cantor aprovou.

Mas parece que Chico não fazia muita fé em “Cinco letras que choram”, pois só resolveu gravá-la três anos depois (ouça adiante!), e assim mesmo porque não dispunha de outra música para usar na face posterior de um disco em que lançaria “Você e a valsa”, de Alcir Pires Vermelho e Pedro Caetano. Acontece que, contrariando a expectativa do cantor, foi o lacrimoso samba-canção de Silvino que fez sucesso e entrou para a história.

Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br

Francisco Alves & Lyrio Panicali e Orquestra(1947)

 

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Gravação de 11 de março de 1947, lançada pela Odeon em maio do mesmo ano (12783-A, matriz 8189), é um samba-canção clássico de autoria do também humorista de rádio Silvino Neto, pai de outro comediante de prestígio, Paulo Silvino. Foi a música mais tocada nas rádios quando do trágico falecimento de “Chico Alves”, em 27 de setembro de 1952, num acidente rodoviário. Há uma lenda dizendo que, no dia da morte do cantor, um sábado, a discoteca da “Rádio Nacional” carioca estava trancada e foi preciso arrombar a porta para se ter acesso aos disco de “Chico”. O que estava por cima da pilha era exatamente “Cinco letras que choram”.

Logo em seguida, em outubro-novembro de 1952, a Copacabana lançou a gravação de Orlando Silva, no 78 rpm n.o 5010-A, matriz M-261 (Confira em ‘O tempo não apagou’).

Extraído de Samuel Machado Filho

 

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Sorrateira e inesperada, a morte calou o “Rei da Voz”, Francisco Alves, no dia 27 de setembro de 1952, há quase 63 anos. Dirigindo de volta ao Rio de Janeiro pela Via Dutra, Alves viu seu Buick se chocar contra um caminhão que dirigia na contra-mão na estrada próxima à Pindamonhangaba. O cantor não resistiu e morreu na hora, carbonizado no acidente. Acabava ali a vida daquele que é considerado por muitos “o maior cantor brasileiro de todos os tempos”, como noticiou o Jornal do Brasil na época do desastre.
“Cinco letras que choram (Adeus)” foi entoada pelo público que acompanhou comovido o transporte de seu corpo do interior paulista à capital fluminense, atirando flores em seu caixão e lamentando sua inesperada e sentida morte.

Extraído de http://brasileiros.com.br/

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