De papo prô ar

Joubert de Carvalho & Olegário Mariano

Em 1931, os românticos Joubert de Carvalho e Olegário Mariano realizaram uma incursão na área sertaneja com o cateretê “De papo prô ar”. A composição expõe com muita graça a “filosofia” de um caipira esperto que leva a vida pescando e “tocando viola de papo pro á“. Curiosamente, este cateretê vem pelos anos afora sendo cantado com um erro na letra. O fato foi descoberto nos anos cinquenta pelo pesquisador Paulo Tapajós, que estranhava os versos: “Se compro na feira feijão, rapadura / pra que trabalhar?“. Quem compra geralmente trabalha… Foi o próprio Olegário quem lhe esclareceu: “o verso correto é ‘se ganho na feira feijão, rapadura’. Acontece que, na primeira gravação, Gastão Formenti cantou ‘se compro‘, cristalizando-se o erro a partir desse disco” (ouça adiante!).

Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br

Gastao Formenti & Coro(1931)

X.X.X.X.X

Com Olegário Mariano, Joubert de Carvalho fomentou uma das parcerias mais profícuas em termos de repertório e qualidade da história musical brasileira. Inicialmente, o casamento começou como aquele famoso caso em que apenas um dos parceiros sabe que está namorando. Joubert musicou dois poemas de Olegário, “Cai, cai balão” e “Tutu Marambá”, que os apreciou, e, a partir daí, nasceram várias canções. Uma que tem levada das mais gostosas é o cateretê “De papo prô ar”, de 1931, e que exalta a mansidão e preguiça típicas de Macunaíma, vistas de perto em andanças dos dois comparsas. Lançada por Gastão Formenti, foi regravada por nomes célebres como Paulo Tapajós, Ney Matogrosso, Renato Teixeira, Sérgio Reis, Inezita Barroso e Maria Bethânia (Confira em “O tempo não apagou).

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