Evocação nº 1
Contrariando a opinião de alguns puristas, pode-se dizer que existem três tipos de frevo: o frevo-de-rua, inteiramente instrumental; o frevo-canção, com introdução instrumental, vibrante, sincopada, e duas partes cantadas; e o frevo-de-bloco, de forma idêntica à do frevo-canção, porém de andamento mais lento. A diferença entre os dois últimos corresponde, digamos, à diferença entre a marchinha e a marcha-rancho.
Pertence à terceira categoria a bela composição “Evocação”, em que Nelson Ferreira recorda velhos carnavais recifenses, citando nominalmente agremiações (Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos) e personagens lendários (Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon) da história do frevo.
Lançado sem maiores pretensões pela gravadora pernambucana Mocambo, com o pessoal do bloco Batutas de São José, “Evocação” se tornaria o maior sucesso do Carnaval de 1957, sobrepujando a produção do eixo Rio-São Paulo. Tal fato animaria Nelson Ferreira a compor nos anos seguintes uma alentada série de “evocações” – “Evocação n° 2”, “Evocação n° 3”, etc.
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
X.X.X.X.X.X.X.X.X
Evocação Nelson Ferreira
Leonardo Dantas Silva
Naquele hoje distante carnaval de 1957, uma marcha-de-bloco tomou conta das ruas e salões, cantada a plenos pulmões por crianças e velhos, mulheres e homens, a relembrar sem querer velhos carnavais dos anos vinte, onde reinavam as figuras de Felinto, Pedro Salgado, Guilherme e Fenelon, quando das saídas dos blocos carnavalescos mistos das Flores…, Andaluzas…, Pirilampos…, Apôis-Fum…
Tratava-se de “Evocação”, um frevo-de-bloco composto por Nelson Ferreira, que se tornara o grande sucesso da Fábrica de Discos Rozenblit, fundada no Recife em 1952 e distribuidora do selo Mocambo para todo Brasil. Gravado em 1956 para o carnaval de 1957, em disco em 78 RPM nº 15142 B, matriz R 791, foi o primeiro grande sucesso produzido no Recife que veio a ser cantado em todo o país (ouça adiante!). A marcha tornou-se execução obrigatória em qualquer festa carnavalesca e, mesmo nos dias atuais, é comum encontrar-se grupos de foliões cantando animadamente em uma só voz: Felinto…, Pedro Salgado, / Guilherme, Fenelon, / Cadê teus blocos famosos! / Blocos das Flores…, Andaluzas…, / Pirilampos…, Apôis Fum… / dos carnavais saudosos?!..
Declara o próprio Nelson Ferreira, em depoimento ao “Museu da Imagem e do Som” de Pernambuco e em texto inserido no álbum duplo Rozenblit – LPP 015/16 (1968), que “Evocação nº 1” fora inspirado em figuras de blocos carnavalescos do Recife dos anos 20, então desaparecidas: “Felinto de Moraes e Fenelon Moreira [de Albuquerque] eram do “Apôis Fum”; Pedro Salgado era presidente do “Bloco das Flores”; Guilherme de Araújo era a figura de proa do “Andaluzas em Folia” e do “Pirilampos de Tejipió”; o velho Raul Moraes era compositor, pianista e ensaiador do “Bloco das Flores”, para o qual escreveu várias marchas, inclusive a “Marcha regresso”. Dela usei os versos ‘Adeus, adeus minha gente / Que já cantamos bastante’. Fiz “Evocação nº 1” numa noite, de uma vez só”.
Dessas figuras citadas, notabilizava-se Felinto de Moraes (Recife, 1884 – Rio de Janeiro, 1927), fundador e principal dirigente do mais famoso bloco carnavalesco de todos os tempos, o “Apôis Fum”, fundado na povoação da Torre em 1925. Em depoimento ao Diario de Pernambuco, de 29 de janeiro de 1980, uma antiga simpatizante, Ana Uzeda Luna, afirma que “o bloco congregava os melhores músicos, inclusive os componentes do conjunto “Turunas da Mauricéia”, conjunto vocal composto pelos maiores violonistas de sua época, entre eles Alfredinho de Medeiros e seu primo Felinto de Moraes; o bandolinista Luperce Miranda (1904-1977) e seu irmão, Romualdo Miranda, eram a nota alta dos bandolins, enquanto Augusto Calheiros (1891-1956), que viria receber o apelido de “Patativa do Norte”, chefiava o coro”.
Extraído de http://www.revivendomusicas.com.br/
Bloco Carnavalesco Batutas de Sao Jose(1956)
X.X.X.X.X.X.X.X.X
Em cenas de cinema.
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