Lobo bobo
Quase uma vinheta, ocupando pouco mais de um minuto do lado A do elepê “Chega de saudade”, “Lobo bobo” foi uma das primeiras composições da dupla Carlos Lyra-Ronaldo Bôscoli. Feita meio de brincadeira, a partir do tema de “O Gordo e o Magro” (Stan Laurel & Oliver Hardy), funciona como uma espécie de versão musical alegre, espirituosa e temperada por uma boa dose de malícia, da fábula “Chapeuzinho Vermelho”: “Era uma vez um lobo mau / que resolveu jantar alguém / estava sem vintém / mas arriscou / e logo se estrepou…”.
Inusitada para a época, esta letra causou reações negativas como as de Sérgio Porto e Lúcio Rangel (“é um samba armado em burrice”) ou positivas como a de Ary Barroso, que achava “inteligentes” as letras da bossa nova. Já a censura implicou com a utilização do verbo “comer” no segundo verso (“que resolveu comer alguém”), obrigando os autores a trocá-lo por “jantar”.
Na verdade, “Lobo Bobo” seria uma auto-zombaria de Ronaldo Bôscoli, sendo “o lobo” ele próprio e “Chapeuzinho” Nara Leão, sua namorada na época. Mas quem gostou mesmo do sambinha foram os cantores João Gilberto (ouça adiante!) e Sylvia Telles (ouça adiante!), que o gravaram quase simultaneamente, seguidos de perto pela então novata Alaíde Costa (ouça adiante!). (A Canção no Tempo – Vol.2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
Joao Gilberto(1959)
Sylvia Telles(1959)
Alaide Costa(1959)
X.X.X.X.X.X.X.X.X
“Lobo bobo” é uma canção de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli gravada por João Gilberto no seu álbum de estréia, “Chega de Saudade”, com arranjos e produção de Antônio Carlos Jobim e Aloísio de Oliveira e lançada em 1959 pela Odeon.
A canção foi escrita por Bôscoli e Lyra depois do primeiro ter uma conversa com André Midani, diretor comercial da gravadora Odeon na época, onde Midani sugeriu a Bôscoli que prestasse atenção ao rock de Celly e Tony Campelo, que era tematicamente mais próximo do público jovem e, por isso, fazia mais sucesso. Bôscoli foi para casa pensando no assunto e resolveu escrever uma letra cheia de malícia que destoasse completamente da maioria das canções da bossa nova, completamente assexuadas, falando sobre barquinhos e flores.
A canção tornou-se um clássico da bossa nova sendo gravada por diversos intérpretes, como: João Gilberto, Walter Wanderley, Wilson Simonal, Leila Pinheiro, Carlos Lyra, Emílio Santiago, Ed Motta e Luiz Caldas.
A versão de Simonal (ouça adiante!) foi lançada como lado B do compacto contendo “Nanã” (arranjada por Eumir Deodato), e, juntamente com a faixa principal, é responsável por abrir caminho para o álbum lançado aquele ano, tendo recebido uma execução radiofônica maior e mais ampla do que “Balanço Zona Sul”, lançada no álbum de estréia do cantor, “Tem algo mais”, de 1963.
Assim, o disco “A Nova Dimensão do Samba”, lançado em agosto de 1964, alcançou êxito comercial e de crítica maior que o primeiro álbum, vindo, inclusive, a ser considerado pela revista Playboy como um dos 10 melhores álbuns brasileiros de todos os tempos.
A versão de Simonal é bem sincopada, com uma redivisão melódica da canção efetuada pelo cantor ao alterar o tempo forte das palavras, dando mais balanço à música. É, também, uma canção emblemática quanto ao futuro caminho traçado pela carreira de Simonal, já que a canção funde arranjos próximos à bossa nova e ao jazz com temáticas mais afeitas ao rock, tudo com muito suingue. “Lobo Bobo” foi também a última canção gravada por Simonal, para o disco ao vivo “Casa da Bossa”, produzido por César Camargo Mariano, e lançado em 1997. Neste disco, faz um dueto com Sandra de Sá (ouça adiante!), que foi escolhida depois que Ivete Sangalo, que era quem estava programada para cantar a canção com o cantor carioca, teve um problema com a voz. Durante a gravação, Simonal roubou a cena quando ocorreu uma falha técnica nos equipamentos e ele entreteve a plateia, que contava apenas com formadores de opinião, por mais de 40 minutos. Esta performance rendeu um convite para o cantor gravar um álbum pela PolyGram, com César Camargo Mariano produzindo, o que nunca se concretizou.
Extraído de http://pt.wikipedia.org
Wilson Simonal(1964)
Sandra de Sa & Wilson Simonal ao vivo(1997)
X.X.X.X.X.X.X
O ano de 2009 ficará marcado pela reabilitação de Wilson Simonal na história de nossa canção. O documentário Wilson Simonal: ‘Ninguém sabe o duro que dei’ veio devolver ao público a obra de um dos melhores cantores que já tivemos; e cuja qualidade pode hoje ser conferida por qualquer um.
O melhor da restituição de Simonal, ao posto que sempre lhe pertenceu, não é a discussão política (tão estéril de sentido quanto a condenação do artista) e sim a reabertura dos arquivos, os relançamentos, a (re)entrada de suas músicas nas programações das rádios, a regravação de seus sucessos.
E o resultado foi o melhor possível. Simonal toca hoje como um artista vivo que estivesse trabalhando suas músicas agora: tamanho é o frescor de suas performances. E isso tem permitido às novas gerações perceberem que sim, o Brasil também é um país de cantores, e muito bons.
A canção “Lobo bobo”, de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, gravada no disco ‘A nova dimensão do samba’, de 1964, permite ao ouvinte captar um bocado da malandragem de Simonal: de fato, a canção parece ter sido feita para sua voz: de um gingado e malemolência que Simonal dominava como poucos.
A letra da canção, e a melodia com um doce balanço ajuda na composição da cena, mostra uma situação cotidiana: um indivíduo que, sem nenhum vintém, a fim de conquistar uma garota, aparentemente bem mais nova que ele, faz uso da malandragem (ou da pilantragem, como Simonal preferia) para atingir seu objetivo.
Aqui, o sujeito da canção recupera a história infantil, mas cheia de segundas interpretações, da inocente “Chapeuzinho vermelho”, que passa a vida a fugir das investidas de um lobo mal que quer lhe “devorar”.
Os gestos vocais de Simonal (manejos, pausas e ênfases) figurativizam os bons dobrados que o tal lobo precisa engendrar para agradar a garota. Na canção, o sujeito aponta que o “lobo canta, pede, promete tudo, até amor e diz que fraco de lobo é ver um chapeuzinho de maiô”. A chapeuzinho, sapeca e mais malandra, passa a usar e abusar dos sentimentos do lobo, agora, bobo.
Extraído de http://365cancoes.blogspot.com.br
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