Mesmo que seja eu
“Mesmo que seja eu” foi lançada em 1982 no disco de Erasmo Carlos ‘Amar prá viver ou Morrer de amor’ (ouça adiante!). Música da parceria dele com Roberto Carlos.
Erasmo Carlos & Coro(1982)
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A voz sedutora de Marina Lima encanta e seduz. Com nuances de timbres, para lá de melódicos e quentes, Marina canta o amor solar e o corpo ardido de sal e sol, mesmo quando ele está encoberto por nuvens.
Faz gosto ver como a intérprete Marina registra sua marca. “Mesmo que seja eu”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, do disco Fullgás (1984) (confira em ‘O tempo não apagou’), por exemplo, cantada por Marina, ganha significados imprevistos.
O sujeito da canção constrói seu argumento – o destinatário precisa de um homem para ser feliz – sobre linhas persuasórias que tentam calar o outro e, ao mesmo tempo, arrebatá-lo. E vale tudo, até inverter a ordem do ditado popular: “antes só do que mal acompanhada” vira o irreverente “antes mal acompanhada do que só”, recuperado da sábia avó do sujeito que canta.
Para tanto, usa e desconstrói imagens/fábulas românticas – a princesa na torre do castelo à espera do príncipe salvador; aponta a solidão que devora milhões de sonhos; e se coloca como o cantor-salvador. E quem não quer ser cantado? Ou melhor, quem não precisa do canto alheio, cuja força seca o pranto da crueldade de se saber só no mundo? É aqui que o sujeito da canção investe.
Assim como, cabe lembrar, a interpretação de Ney Matogrosso (confira em ‘O tempo não apagou’), feita ao estilo singular de Ney, dispara ironias e seduções pouco convencionais, a versão de Marina, aliada à ideia da desilusão do destinatário que não encontra a “espada do seu salvador”, no silêncio do quarto, dá à canção uma gostosa sugestão lésbica: certeira e desestabilizante.
Marina canta com o fogo ardendo dentro do peito. A voz é toda malícia, lascívia, sedução. O sujeito aqui é sereia que situa o outro no mundo porque o envolve com tons baixos. O outro precisa de um homem para chamar de seu, mesmo que seja uma mulher: uma gata mutante (livre das normas) todo dia.
Extraído de http://365cancoes.blogspot.com.br
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Músicas que são extremamente machistas e que você canta sem perceber
Em 01/11/2014
“Antes mal acompanhada do que só/ Você precisa de um homem pra chamar de seu/ Mesmo que esse homem seja eu”
O homem aparece como uma figura protetora, aquele que vai ser o eterno provedor de indefesas donzelas, que não são ninguém sozinhas. A “doce vingança” feminina é que Marina Lima deu toda uma nova roupagem à canção em sua versão.
Extraído de http://www.brasilpost.com.br/
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“Mesmo que seja eu”, Marina Lima (1984)
Uma das artistas mais importantes na representação LGBT na MPB, com canções como “Anna Belle”, “Valeu” e “Na minha mão”, Marina também subverteu a heteronormatividade ao regravar a canção de Erasmo Carlos, mantendo a figura masculina no refrão: “Mesmo que seja eu / Um homem para chamar de seu”.
Extraído de http://musica.uol.com.br/
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“Mesmo que seja eu” obteve repercussão ainda maior ao ser gravada por Marina Lima. “Eu quis falar da mulher solitária, que devido a crueldade da solidão, se apega ao cantor do rádio. A música já era sucesso e a Marina, inclusive, já tinha gravado, recorda Erasmo Carlos.”
Extraído de Teletema: Volume I: 1964 a 1989
Por Guilherme Bryan, Vincent Villari
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