Meu mundo e nada mais
A importância que as trilhas sonoras de telenovelas desempenham para a história de nossa canção é grande. Além de tornar a trama, ora mais leve, ora mais pesada, dependendo dos apelos das cenas, as canções marcam as personagens e estimulam emoções no ouvinte-telespectador. Elas, como que, complementam a personagem. Sem esquecer, claro, o alcance de público.
Como somos seres carentes, circular e infinitamente, do canto do outro, ao assistirmos alguém, a personagem de ficção, vivenciando algo que encontra eco nas nossas necessidades íntimas e particulares, e aquele momento é emoldurado por uma canção, esta canção entra, pelas portas da empatia e da afetividade, na nossa constituição de sujeitos.
É assim que muitas vezes as canções ultrapassam os limites da televisão e figuram nas vidas reais embalando momentos particulares de quem assiste à novela. Seja como for, ao colarmos uma canção a um tempo e a uma imagem, no caso uma cena de novela, algo que atravessa nosso cotidiano por um bom par de tempo, facilitamos que ela, a canção, dure mais: Ressoe em nossa caixa acústica interior. Isso, não só ajuda a difundir a canção como também a torná-la perpétua em nós: ouvintes.
“Meu mundo e nada mais”, de Guilherme Arantes, do ano de 1976, é um destes casos. A canção apareceu na novela “Anjo Mau” (1976) e nunca mais parou de tocar: Seja pelo poder de fixação da imagem televisiva, seja pela própria canção em si, sua mensagem, letra e melodia.
Competente pianista, Guilherme Arantes criou um acompanhamento melódico e harmônico que investe nas potências daquilo que a letra diz. A bela introdução indicia a voz de um sujeito que, chafurdando em restos de vida, canta a paz perdida.
Ao sustentar as vogais, no final de alguns versos, o sujeito parece querer manter, ou rever, a vida que perdeu. Fera ferida, o que lhe importa agora é juntar os caquinhos de um velho mundo a fim de projetar um novo.
O sujeito percebe, com dor, que não há “verdades verdadeiras”. Tudo muda o tempo todo e a vida, neste momento, exige mudanças. A certeza dá paz. Mas, o mundo é feito de incertezas, ou melhor, de ficções: verdades construídas, montadas e frágeis. O sujeito percebe isso e tenta (de)escrever o seu livro do desassossego.
Desencantado da vida (ele que tinha tudo e cantava), o sujeito está mudo: não há mais porque cantar, se as motivações cessaram. A reflexão interna do sujeito transparece como um desabafo íntimo: A vontade de esquecer a causa do desencanto.
Mas, como ver luz no fim do túnel se estamos na curva, na crise, na fronteira entre o sim e o não? Como voltar a sorrir sem amargura depois da ferida? Como superar a quebra permanente das estabilidades? Eis as questões!
Extraído de http://www.eternasmusicas.com/
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“Meu mundo e nada mais” é uma canção composta e gravada pelo músico brasileiro Guilherme Arantes, lançada em 1976 (ouça adiante!).
Composta por Arantes ainda em 1969, a canção foi gravada e lançada sete anos depois, como um dos temas principais da novela “Anjo Mau”, da TV Globo, tornando-se o seu primeiro grande sucesso. O músico, que a partir de então passou a ser conhecido pelo público, explica na biografia de seu site oficial:
“O Otávio Augusto, o Guto Graça Mello e o João Araújo resolveram me lançar como tema da novela das sete (Anjo Mau), e aí sim começaria de verdade a minha história. Devo tudo a essa oportunidade, que em seguida me abriu os caminhos para o primeiro LP, em meados de 1976. Não que “Meu mundo e nada mais” tenha estourado de cara. Demorou pra tocar no rádio. Eu me lembro que no começo só tocava de madrugada, na antiga Rádio Excelsior, mas era uma emoção me ouvir no mesmo velho radinho de pilha debaixo do travesseiro (onde tantos jogos do Santos de Pelé foram acompanhados na adolescência, com inesquecível narração de Fiori Gigliotti). “Meu mundo e nada mais” viria a tocar 530 vezes na novela, que eu contei, assistindo com a minha avó Iracema, que na época morava no Lar Santanna. Era um massacre, virei um sucesso instantâneo…”
A música foi a segunda mais tocada nas rádios brasileiras em 1976.
Extraído de https://pt.wikipedia.org
Guilherme Arantes(1976)
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Presente no primeiro disco solo de Guilherme Arantes, lançado em 1976, essa canção é uma aula de como um artista brasileiro pode se valer de influências estrangeiras tão distintas, como rock progressivo. A melodia e a letra triste mostram a grande capacidade de Guilherme como compositor. Seu registro original ainda é a melhor versão dessa belíssima canção.
Extraído de Carlos Eduardo Lima emhttp://rollingstone.uol.com.br/
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