Minha namorada
Ao comporem “Minha namorada”, pouco antes de escrever a peça “Pobre Menina Rica”, seus autores não faziam muita fé no sucesso desta canção de amor. Mas, a realidade é que a letra de “Minha Namorada” — classificada por Elis Regina como “a maior cantada da música brasileira” — é de arrasar as resistências dos mais empedernidos corações femininos:
“E se mais do que minha namorada / você quer ser minha amada / minha amada, mas amada pra valer / / você tem que vir comigo em meu caminho / e talvez o meu caminho seja triste pra você / (…) / e você tem que ser estrela derradeira / minha amiga e companheira / no infinito de nós dois…”
Isso é Vinícius de Moraes em momento de lirismo supremo, só alcançado em alguns poemas ou canções como “Eu sei que vou te amar”. Na melodia de Carlinhos Lyra, o acorde menor de si bemol, com a sétima sobre a sílaba “mi”, em “ser mi-nha até morrer” e o arremate final às frases seqüenciais são detalhes que situam “Minha namorada” como um primoroso exemplo de equilíbrio na conjunção letra e música.
Uma das melhores versões desta canção é a do conjunto “Os Cariocas” (ouça adiante!) — na ocasião, em sua formação mais duradoura, com o falecido Luís Roberto como solista. Outra boa versão é a de Maria Creuza, Vinicius e Toquinho, gravada em 70 (ouça adiante!), na qual foi restaurado o recitativo original “Meu poeta, eu hoje estou contente, / todo mundo de repente ficou lindo, / ficou lindo de morrer, / eu hoje estou me rindo, / nem eu mesmo sei de quê…” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
Os Cariocas(1964)
Maria Creuza & Vinicius & Toquinho(1970)
X.X.X.X.X
Belo samba da parceria Carlos Lyra – Vinícius de Moraes, um verdadeiro clássico da bossa nova. É a bem-sucedida faixa de abertura do LP “A grande bossa dos Cariocas” (Philips, 1964), sendo mais tarde lado B do compacto simples n. 365086PB, e tem inúmeras regravações (confira em ‘O tempo não apagou’). Direitos fonográficos reservados á Universal Music International Ltda. GRA-60806044.
Extraído de Samuel Machado Filho
X.X.X.X.X
Vinicius escreveu canção “Minha namorada” para a quinta esposa
Em 09/10/2013
A estudante Nelita de Abreu não estava interessada no compositor quando o conheceu, mas aceitou viajar com ele para Roma e Paris.
Nelita de Abreu Rocha não se interessava por poesia e nem deu muita bola para Vinicius de Moraes quando o conheceu, ainda casado com Lucinha de Proença, no início da década de 1960. Aos 20 anos, estudante de pedagogia, a moça namorava firme outro rapaz, também com aspirações a poeta. Mas Vinícius acabou se encantando por ela, e os dois tornaram-se amantes. O namorado oficial descobriu o caso proibido, e Vinícius, com o respaldo dos amigos Carlos Lyra e Tom Jobim, encontrou uma solução bastante inusitada: carregou a moça rumo a Roma e Paris. A passagem está no livro ‘O poeta da paixão’, de José Castello.
Por telefone, Carlos Lyra detalha: “Fui eu quem propus a ele. ‘Você não é um poeta? Por que não rapta ela?’ Ele ficou feliz com a ideia, ria de se acabar”, conta o violonista. Vinícius levou a sério a sugestão. Lyra fora designado para guiar o casal até o aeroporto, mas Tom Jobim acabou tomando o posto. Para completar, os escritores Fernando Sabino e Otto Lara Resende improvisaram-se de seguranças dos enamorados. Quando chegou ao destino, Nelita foi surpreendida por um telegrama do pai, desejando felicidades ao novo casal. Retornaram da Europa em 1964, e se separaram em 1968.
Carlos Lyra soletrou para o Correio o endereço eletrônico de Nelita, em cujo cartão de visitas, agora, consta o sobrenome do atual marido, o francês Gerard Leclery. A quinta esposa de Vinícius de Moraes tem por volta de 70 anos, e reside no Rio de Janeiro. Ao receber o e-mail da reportagem, prontificou-se rapidamente a colaborar.
Quando leu as questões, novamente foi rápida em sua réplica. “Suas perguntas são muito boas. Lembrei-me de VinÍcius, que sempre reclamava muito dos jornalistas que chegavam lá em casa sem saber nada sobre ele. Muitas vezes, nem os livros publicados.” Mas, envolvida no Festival de Cinema (do Rio de Janeiro), alegou que não poderia se aprofundar no assunto por enquanto. “Tenho certeza de que a reportagem vai ficar ótima e você nem vai sentir a minha falta”, destacou, com a mesma simpatia e honestidade que pautou toda a troca de e-mails.
A relação de Nelita com sua mãe, que VinÍcius acompanhara pelas cartas trocadas pelas duas quando o casal residia no exterior, acabou o inspirando a escrever a crônica ‘Mãe e filha’. Para uma menina com uma flor, o poema e o livro, foram também dedicados a Nelita. Além de “Minha namorada”, canção em parceria com Carlos Lyra que se tornou um dos maiores sucessos do musical “Pobre menina rica”.
Extraído de http://www.correiobraziliense.com.br/
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