Mudando de conversa
Hermínio Bello de Carvalho cruzou com outros tantos medalhões, como Emilinha Borba, Jota Efegê e João da Baiana, mas, longe de menosprezar o papel de tais figuras, há um personagem “secundário” que ele faz questão de lembrar. Carminha Rica, meia-irmã de Elizeth Cardoso, tinha uma língua de fogo — fazia piadas com o Mário, com o Sunda (aqueles que…). Mais velha que Hermínio, ela também conheceu muita gente das artes. Seu bordão para mostrar intimidade com elas era “Morreu em meus braços!” E se o coração estava solitário? “Não encontro nem quem me mande à merda”, dizia Carminha.
Um dia, ela passava pela rua toda vestida de luto, quando encontrou o pesquisador e compositor Maurício Tapajós, parceiro de Hermínio em composições. “Não quero nem saber de farra, hoje eu vou para uma missa de sétimo dia”, avisou a mulher. Mas nem um café? Um café na Taberna da Glória ela topou. E as orações pela alma do defunto, claro, ficaram sem Carminha, que apresentava Hermínio como “meu poetinha de merda”.
— Foi naquela mesa que nasceu o samba “Mudando de conversa” (“Mudando de conversa onde foi que ficou/ Aquela velha amizade/ Aquele papo furado todo fim de noite/ Num bar do Leblon”). Não teve mais missa, não teve mais nada — diz Hermínio.
Extraído de http://oglobo.globo.com/
X.X.X.X.X
A personagem indaga sobre “aquela velha amizade, aquele papo furado todo fim de noite num bar do Leblon”, lamentando a ausência dessas amenidades em sua vida atual. Este é o tema de “Mudando de conversa”, um samba moderno, romântico, um pouco nostálgico e tipicamente carioca.
Só que a composição nasceu, não em um bar do Leblon, mas, na legendária ‘Taberna da Glória’, no bairro homônimo. Conta Hermínio que ele e o parceiro, Maurício Tapajós, haviam passado a noite trabalhando, em seu apartamento, em cima de uma sugestão de Cacaso que resultaria na ópera popular “João-Amor e Maria”. De manhã cedinho, a dupla desceu para o desjejum na Taberna, sendo o café-com-leite logo substituído pelo chope gelado, no momento em que surgiu a ideia do samba. “A ópera foi um fiasco”, informa o poeta, “mas ‘Mudando de conversa’, um grande sucesso”.
Tanto sucesso (Confira em ‘O tempo não apagou’), que daria nome a um musical com Clementina de Jesus, Nora Ney, Ciro Monteiro, Jards Macalé, o conjunto ‘Os Cinco Crioulos’ e um regional comandado pelo Mestre Dino. Embora destinado a Ciro Monteiro, que àquela época tinha uma preguiça enorme para aprender músicas novas, o samba acabou sendo gravado por Dóris Monteiro (ouça adiante!), em atenção a um pedido de Milton Miranda, diretor da gravadora Odeon (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br/
Doris Monteiro(1968)
1.- A gravação da Doris Monteiro é definitiva. 2.-Eu sempre pensei que esta música fosse do Billy Blanco,
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