Pelo telefone
“Pelo telefone” é considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil segundo a maioria dos autores, a partir dos registros existentes na Biblioteca Nacional.
Composição de Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, e do jornalista Mauro de Almeida. Foi registrada em 27/11/1916 como sendo de autoria apenas de Donga, que mais tarde incluiu Mauro de Almeida como parceiro.
“Pelo telefone” foi concebida em um famoso terreiro de candomblé daqueles tempos, a casa da Tia Ciata, na Praça Onze, frequentada por grandes músicos da época. Por ter sido um grande sucesso e devido ao fato de ter nascido em uma roda de samba, de improvisações e criações conjuntas, vários foram os músicos que reivindicaram a autoria da composição. A melodia, originalmente, intitulava-se “Roceiro” e foi uma criação coletiva, com participação de João da Baiana, Pixinguinha, Caninha, Hilário Jovino Ferreira, Sinhô, entre outros.
“Pelo telefone” marca o início do reinado da canção carnavalesca. É a partir de sua popularização que o carnaval ganha música própria e o samba começa a se fixar como gênero musical. Desde o lançamento, quando apareceram vários pretendentes à sua autoria, e mesmo depois, quando já havia sido reconhecida sua importância histórica, essa melodia seria sempre objeto de controvérsia, tornando-se uma de nossas composições mais polêmicas em todos os tempos.
Quase tudo que a este samba se refere é motivo de discussão: a autoria, a afirmação de que foi o primeiro samba gravado, a razão da letra e até sua designação como samba. Todas essas questões, algumas irrelevantes, acabaram por se integrar à sua história, conferindo-lhe mesmo um certo charme.
“Pelo telefone” tem uma estrutura ingênua e desordenada: a introdução instrumental é repetida entre algumas de suas partes (um expediente muito usado na época) e cada uma delas tem melodias e refrões diferentes, dando a impressão de que a composição foi sendo feita aos pedaços, com a junção de melodias escolhidas ao acaso ou recolhidas de cantos folclóricos.
Outra versão, relatada por Donga a Ary Vasconcelos e ao jornalista Eduardo Sucupira Filho, é a de que “Pelo telefone” teria surgido de uma estrofe a ele transmitida por um tal Didi da Gracinda, elemento ligado ao grupo de Hilário Jovino. Já Mauro de Almeida, que parece nunca ter-se preocupado em afirmar sua participação na autoria, declarou, em carta ao jornalista Arlequim, ser apenas o “arreglador” dos versos, o que corresponderia à verdade.
“Pelo telefone” foi lançado em discos Odeon, em dezembro de 1916, simultaneamente pelo cantor Bahiano (ouça adiante!) e a Banda da Casa Edison (ouça adiante!).
Bahiano & Coro(1916)
Banda Odeon(1916)
Bahiano
Primeiro Samba?
Em 1917, o samba “Pelo telefone” se transformou no marco inicial da história fonográfica daquele gênero musical. Historiadores, porém já registraram, em suas pesquisas, gravações anteriores que podem ser reconhecidas como samba e que comprovadamente foram gravadas antes da composição assinada pela dupla Donga e Mauro de Almeida. O sucesso comercial de Fred Figner e sua Casa Edison, no Rio de Janeiro, provocou o aparecimento de concorrentes no Brasil inteiro e uma variedade enorme de selos fonográficos surgiu. A maioria de vida curta, mas que acabou por contribuir culturalmente com a Música Popular Brasileira e influir na instalação da indústria fonográfica no país.
A gravadora Odeon, por exemplo, que registrou o chamado samba pioneiro, antes dele já havia gravado, na série lançada entre 1912 e 1914, “Descascando o pessoal” e “Urubu malandro”, classificados como sambas no próprio catálogo da fábrica.
Na série de 1912 a 1915 consta “A viola está magoada” de Catulo da Paixão Cearense e interpretada por Bahiano e Júlia Martins, além de “Moleque vagabundo” de Lourival Carvalho, também identificados como samba.
“Pelo telefone” tem o número de série 121313, mas anteriores a ele são ainda “Chora, chora, Choradô” (121057), cantado por Bahiano, “Janga” (121165), com o Grupo Paulista, e “Samba roxo” (121176), com Eduardo das Neves.
O selo Columbia editou série entre 1908 e 1912, aparecendo nela como samba a gravação “Michaella”, interpretada por Bartlet, “Quando a mulher não quer”, com Arthur Castro, e “No samba”, gravado por Pepa Delgado e Mário Pinheiro.
A Favorite Record gravava na Europa para a Casa Faulhaber do Rio de Janeiro, entre 1910 e 1913, e em seu catálogo se encontrava a gravação do samba “Em casa de baiana”, com o Conjunto da Casa Faulhaber, identificada na abertura como “samba de partido-alto”. O disco tem o título simples de “Samba”, sem indicação de intérprete ou autoria. O selo Phoenix também pertencia à família Figner. Gravou de 1914 a 1918 para a Casa Edison de São Paulo.
Os sambas que nele aparecem são anteriores a 1915, ano da gravação “Flor do abacate” (70.711), como provam suas numerações: “Samba do urubu” (70.589), com o Grupo do Louro, “Samba do pessoal descarado” (70.623), com o Grupo dos Descarados, “Vadeia, caboclinha” (70.691), com o Grupo Tomás de Souza, e “Samba dos avacalhados” (70.693), com o Grupo do Pacheco, Coro e Batuque. Da mesma maneira como existem dúvidas quanto à verdadeira autoria de “Pelo telefone”, não se pode concluir com inteira certeza qual o primeiro samba realmente gravado.
Pixinguinha, João da Bahiana e Donga
Outros Compositores
A história oral menciona vários autores para o samba “Pelo telefone”, mas quando Donga fez seu registro na Biblioteca Nacional omitiu todos, declarando ser seu único compositor. As primeiras partituras, ainda na ortografia da época, que grafava ‘telephone’, exibiam apenas o nome de Donga. A grita que se seguiu não teve muitos resultados, mas pelo menos serviu para que Mauro de Almeida fosse reconhecido como um dos parceiros. O Peru dos Pés Frios, como era conhecido o jornalista carnavalesco, faleceu pouco tempo depois da gravação do samba, ficando todas as luzes apenas sobre Donga, que delas sempre soube tirar proveito pessoal.
O sucesso cercou “Pelo telefone” de aspectos os mais variados, fugindo da simples consequência musical, de cair na preferência popular, no assobio das calçadas e na cantoria das festinhas de subúrbio. Logo um sem-número de pais-da-criança apareceu, cada um puxando a brasa para sua sardinha, todo mundo ignorando a iniciativa de Donga em registrar oficialmente sua autoria na Biblioteca Nacional.
Como se sabe, o samba vinha sendo cantado na casa de Tia Ciata de maneira informal, como partido alto com a participação da dona da casa, emérita partideira, que com certeza introduziu nele seus improvisos, o mesmo fazendo seu genro Mestre Germano e o ranchista Hilário Jovino.
Da cantoria, lá pelo ano de 1916, participavam também Donga, o jornalista Mauro de Almeida, a quem Almirante credita a autoria indiscutível do samba, João da Mata, o dono do refrão, e o conflituoso Sinhô, que como autor da frase “Samba é como passarinho, está no ar, é de quem pegar!”, evidentemente tentou também se apossar da paternidade da novidade. Ironizando a atuação de Aurelino Leal, o novo chefe de polícia do Rio de Janeiro, o samba teve seus versos fixados por Mauro de Almeida, que nem assim foi reconhecido como coautor no registro da Biblioteca Nacional.
Cantado em público pela primeira vez, segundo Almirante, no Cinema Teatro Velo, à Rua Haddock Lobo, na Tijuca, despertou de imediato a cobiça alheia e, com razão ou sem ela, contestações quanto à autoria de Donga pipocaram de todos os lados. A principal veio de Tia Ciata, criando uma briga que jamais chegou à reconciliação, com um anúncio publicado no Jornal do Brasil garantindo que no Carnaval de 1917, na Avenida Rio Branco, seria cantado o “verdadeiro tango ‘Pelo telefone’ dos inspirados carnavalescos João da Mata, o imortal Mestre Germano, a nossa velha amiguinha Ciata, o bom Hilário, com arranjo do pianista Sinhô, dedicado ao falecido repórter Mauro”, seguindo-se a letra com o nome de “Roceiro”, denunciando Donga nas entrelinhas:
Não faltaram também os aproveitadores, que na esteira do êxito da gravação de Bahiano correram atrás dos lucros que se imaginava para os autores de “Pelo telefone”. Mauro de Almeida jamais recebeu um tostão de direitos.
A Versão do Povo
No dia 20/10/1916, Aureliano Leal, chefe de polícia do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, determinou por escrito aos seus subordinados que informassem “antes pelo telefone” aos infratores, a apreensão do material usado no jogo de azar. Imediatamente o humor carioca captou a comicidade do episódio, que ao lado de outros foi cantado em versos improvisados nas festas de Tia Ciata e registrado rapidamente por Donga em seu nome, na Biblioteca Nacional. É lógico que os versos oficiais eram diferentes daqueles que ridicularizavam o chefe de polícia. Sua versão popular, a que corria na boca das ruas dizia:
Pelo telefone
O chefe da polícia
Pelo telefone mandou avisar
Que na Carioca
Tem uma roleta para se jogar
Ai, ai, ai
O chefe gosta da roleta ô maninha
Ai, ai, ai
Ninguém mais fica forreta é maninha
Chefe Aureliano, Sinhô, Sinhô
É bom menino, Sinhô, Sinhô
Prá se jogar, Sinhô, Sinhô
De todo o jeito, Sinhô, Sinhô
O bacará, Sinhô, Sinhô
O pinguelim, Sinhô, Sinhô
Tudo é assim
A letra registrada por Donga, que passou a ser conhecida como original e aparece nas gravações até hoje, é alongada, homenageando o Peru, o jornalista Mauro de Almeida, coautor da obra, e o Morcego, Norberto do Amaral Júnior, conhecido no Clube dos Democráticos. Incorpora também elementos do folclore nordestino:
Pelo telefone
O chefe da folia
Pelo telefone manda avisar
Que com alegria não se questione
Para se brincar
Ai, ai, ai
Deixa as mágoas para trás ó rapaz!
Ai, ai, ai
Fica triste se és capaz e verás
Tomara que tu apanhes
Pra nunca mais fazer isso
Tirar amores dos outros
E depois fazer feitiço
Ai, a rolinha, Sinhô, Sinhô
Se embaraçou, Sinhô, Sinhô
É que a avezinha, Sinhô, Sinhô
Nunca sambou, Sinhô, Sinhô
Porque esse samba, Sinhô, Sinhô
É de arrepiar, Sinhô, Sinhô
Põe a perna bamba, Sinhô, Sinhô
Me faz gozar, Sinhô, Sinhô
O Peru me disse
Se o Morcego visse
Eu fazer tolice,
Que eu então saísse
Dessa esquisitice
De disse que não disse
Ai, ai, ai
Aí está o canto ideal
Triunfal
Viva o nosso carnaval
Sem rival
Se quem tira o amor dos outros
Por Deus fosse castigado
O mundo estava vazio
E o inferno só habitado
Queres ou não, Sinhô, Sinhô
Vir pro cordão, Sinhô, Sinhô
Do coração, Sinhô, Sinhô
Porque esse samba, Sinhô, Sinhô
É de arrepiar, Sinhô, Sinhô
Põe a perna bamba, Sinhô, Sinhô
Me faz gozar, Sinhô, Sinhô
Extraído de http://www.eternasmusicas.com/
X.X.X.X.X
Viva o samba, viva o samba sempre! Viva o centenário que é comemorado hoje (e que poderia já ter sido celebrado ou ainda vir a ser festejado em várias outras datas, a gosto do freguês). Mas não, não, não e não! “Pelo telefone” tem vários méritos, só que nem de longe foi o primeiro samba gravado, como muita gente diz e acabou virando voz corrente. Essa verdade histórica não te pertence, bebê. Antes dele há pelo menos uma dúzia de canções referidas como “samba” nos rótulos de discos brasileiros ou no catálogo das gravadoras, no mínimo desde 1904. Entre eles estão títulos como “Um samba na Penha”, “Samba roxo”, “No samba”, “Samba do urubu”, “Samba do pessoal descarado”, “Samba dos avacalhados”, “Em casa de baiana”, “Vadeia, caboclinha”, “Descascando o pessoal”, “A viola está magoada”, “Chora, chora, choradô”, “Janga”, “Quando a mulher não quer”. É só fuçar, bastam dois ou três cliques de mouse que gente acha essas referências e outras mais. A questão é que o lançamento desses sambas não teve grande alcance, talvez pelo fato de o gênero ainda estar circunscrito às festas das tias baianas na Cidade Nova e na zona portuária carioca. “Pelo telefone” foi, sim, o primeiro samba de estrondoso sucesso, que estourou no carnaval de 1917 e fez com que o gênero transbordasse para a cidade toda. Este talvez, seu maior mérito: tornar os sambas cobiçados pela jovem indústria fonográfica. A partir de “Pelo telefone”, sem dúvida, tanto por seu sucesso popular quanto pela polêmica criada em torno de sua autoria, a história do samba urbano carioca passou a ser outra. Um divisor de águas. Obrigado, Donga. Obrigado, Mauro de Almeida. Obrigado também a Tia Ciata, Hilário Jovino, João da Mata, mestre Germano, Didi da Gracinda, Sinhô, figuras que, segundo as crônicas, também participaram da criação coletiva de “Pelo telefone”. Não seríamos os mesmos sem vocês.
É preciso reforçar, “Pelo telefone” não passa de uma ótima desculpa pra se celebrar o samba e assinalar um possível centenário do gênero. A gente adora uma efeméride, mas basta lembrar que uma corrente literária, um estilo de dança, um gênero musical ou um idioma não têm data de nascimento, nem aparecem da noite pro dia. Vão se sedimentando aos poucos, tijolo com tijolo atrapalhando o tráfego. É que nem o tal nascimento da Umbanda fluminense em 1908 a partir do médium Zélio de Moraes e seu Caboclo das Sete Encruzilhadas: um marco, uma mudança de paradigma, mas jamais uma partenogênese, algo surgido num estalar de dedos. Que o digam os calundus do período colonial, rituais antecessores da umbanda e mesmo do candomblé. Pois assim acontece com o dito samba urbano carioca. Resumida em poucas linhas, a história de seus primórdios é mais ou menos assim: em fins do século XIX, tempo da Abolição e da República, muitos ex-escravos e suas famílias vieram tentar a vida no Rio de Janeiro, então capital brasileira; estes migrantes, destacadamente baianos e nordestinos em geral, mas também oriundos da zona da mata mineira e do interior fluminense, entre outras regiões, trouxeram consigo seus sambas e batuques de feições rurais e raízes africanas, que aqui foram dialogando entre si e também se amalgamando a um substrato musical urbano característico, rico e diverso, predominantemente mulato, em que pontificavam lundus, choros e maxixes; desta sorte foi sendo gestado o samba carioca, da virada do século XIX para o XX, especialmente nas festas em casa das tias baianas, como a famosa Ciata, ou nos folguedos profanos das casas de candomblé, tudo isso entre os bairros da zona portuária e a Cidade Nova. Ao mesmo tempo música, dança, brincadeira, denominador comum de afetos e heranças culturais, o samba nasceu plurívoco, ambivalente: negro e mestiço, religioso e laico, rural e cosmopolita, boêmio e trabalhador, analfabeto e universitário, trilha sonora que, partindo de um círculo relativamente fechado de cultores, desde logo assumiu sua vocação de conquistar toda a cidade e se comunicar com mundo e meio. Depois vieram outras histórias, outras gerações, outras letras, melodias e levadas. A árvore do samba, mais que centenária, tornou-se espetacularmente frondosa e hoje dá sombra a muita, muita gente diferente. Pra mim, a maior beleza do samba é essa, seduzir e às vezes conseguir congregar grupos de natureza tão diversa, antagônica. Viva o samba, entidade maior que todos nós, viva a sua história, vivam todas as suas gentes, vivam todos os seus centenários que formos capazes de arbitrar, sobretudo este que ora comemoramos e os que ainda estão por vir, viva o seu axé, e a sua mironga, e sua Weltschauung. Viva o samba, que nos amansa e nos inquieta, sem nunca deixar de nos embalar. Viva!
Aí tem gente que chama a atenção: “Pelo telefone”: não é samba, mas um maxixe, portanto não mereceria ser o estopim da comemoração do centenário do samba. O fato merece ser destrinchado. Analisado com os ouvidos de hoje, “Pelo telefone” soa claramente como um maxixe ou, como muita gente também considera, um samba-maxixado. Em primeiro lugar, é preciso lembrar que, em seus primeiros anos, o samba urbano carioca sofreu grande influência do maxixe, gênero popularíssimo no Rio de Janeiro pelo menos desde a década de 1880. Com identidade sonora ainda pouco cristalizada, logo que foi aparecendo, o samba se confundiu bastante com o maxixe e só se descolou dele pra valer a partir da geração dos sambistas do Estácio, no final dos anos 20. De qualquer jeito, se a gente for ouvir os sambas gravados antes de “Pelo telefone”, aqueles que não fizeram sucesso e não entraram pra história, dá pra perceber que, no geral, eles eram um pouco menos maxixados que seu colega famoso. Mas Donga tinha santo forte, fazer o quê? Outro fator de confusão é o seguinte: o samba ainda era pouco difundido quando começou a ser gravado; os músicos de estúdio, arranjadores e maestros puxavam tudo pro lado do maxixe, gênero pra lá de consagrado, tanto a orquestração e o acompanhamento rítmico, quanto a criação de introduções, interlúdios e contracantos característicos. Trocando em miúdos, eram sambas (ainda que maxixados), mas sua roupagem sonora nas gravações não correspondia exatamente ao que se tocava nas rodas da Cidade Nova e da zona portuária, segundo muitas fontes. Do meu lado, eu fico com a pureza da resposta das crianças e também com a galera da antropologia, que dá a maior moral pro conceito de autodenominação: se todos eles, que faziam essa música, chamavam de samba, então é porque não é nenhuma outra coisa.
Extraído de Luís Filipe de Lima
X.X.X.X.X
PRIMEIRO SAMBA REGISTRADO, “PELO TELEFONE” COMPLETA 100 ANOS
Vitor Abdala, da Agência Brasil, em 27/11/2016
A canção “Pelo telefone”, de Donga, considerado o primeiro samba a ser registrado e gravado, completa 100 anos neste domingo, 27; a partitura da música foi registrada no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro no dia 27 de novembro de 1916, em nome de Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, na época um compositor de apenas 26 anos; “Foi o primeiro samba gravado e registrado que fez muito sucesso. Foi um grande sucesso popular. Outros sambas não foram registrados, é verdade, mas foram gravados antes de ‘Pelo telefone’ e não fizeram sucesso. Então ninguém se lembra”, disse o doutor em musicologia Carlos Sandroni.
O samba havia sido concebido naquele ano, durante uma roda na casa de Tia Ciata. De acordo com o Dicionário da Música Popular Brasileira, do historiador Ricardo Cravo Albin, desde o lançamento da música, várias pessoas reivindicaram a autoria, já que era comum que os participantes de rodas de samba fizessem improvisações.
O doutor em musicologia Carlos Sandroni diz que houve outros sambas gravados antes de “Pelo telefone”, mas acabaram não sendo reconhecidos como “primeiro samba” porque não tiveram um apelo popular tão grande quanto a canção de Donga, que foi sucesso no carnaval de 1917.
“Foi o primeiro samba gravado e registrado que fez muito sucesso. Foi um grande sucesso popular. Outros sambas não foram registrados, é verdade, mas foram gravados antes de ‘Pelo telefone’ e não fizeram sucesso. Então ninguém se lembra”, explicou.
De acordo com a Biblioteca Nacional, Donga entregou a petição de registro para o samba em 6 de novembro de 1916. Anexada ao processo estava uma partitura manuscrita para piano assinada por Pixinguinha. Dez dias depois, Donga anexou um atestado que afirmava que o samba havia sido executado pela primeira vez em 25 de outubro de 1916, no Cine-Theatro Velho.
A Biblioteca Nacional só concluiria o registro no dia 27 de novembro, com o número 3.295. Para celebrar o centenário do registro, a instituição lançou hoje uma exposição virtual com a partitura original da canção, músicas e fotos da época, chamada “Ai, ai, ai… Cem Anos o Samba Faz”.
A exposição também está disponível de forma virtual.
Extraído de https://www.brasil247.com
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