Senhora liberdade
…E todo movimento que se preze, tem seu hino, seu canto de fervor e motivação para mobilizar o povo. Sensibilizar quem ainda não havia aderido à intensa vontade nacional de ser novamente uma nação democrática. E qual forma mais popular de ser ilustrar um pedido do povo, para ter o o poder feito pelo povo e para o povo(perdoem a brincadeira histórica)? Com um samba, claro. Óbvio que surgiram músicas magníficas para lutar contra o regime. Porém, foi um samba que virou o hino das ‘Diretas Já’. “Senhora liberdade”, de Nei Lopes e Wilson Moreira era o estopim para inflar a multidão dos comícios pelas eleições livres no Brasil. Em todos os cantos a música, que ainda é muito atual, era cantada como um hino, um soneto de ode à liberdade e amor pela nossa terra.
Composta no fim da década de 1970 do século passado, “Senhora liberdade” virou ícone de um movimento que marcou a história nacional. Nei Lopes, formado em ciências jurídicas, sabia a importância da liberdade pra uma nação. Wilson Moreira também sentia o valor de ser livre. Não era um saber acadêmico. Era o saber do samba. Do morro. Da vida. Os dois se juntaram e nasceu “Senhora liberdade”. Falaremos mais desses dois nobres do samba com mais carinho, pois hoje é dia de comemorar uma data bacana para o país que contou com a sempre primordial ajuda do samba, dos sambistas e da nossa cultura popular. Um presente do ‘Ocê no Samba’ para seus leitores que apreciam tanto a arte do samba quanto a liberdade que abre suas asas sobre nossa gente.
Extraído de http://ocenosamba.com.br (30/06/2013).
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Wilson Moreira admite que sua música favorita é “Senhora liberdade”, feita em parceria com Nei Lopes. Esse samba foi um sucesso na voz de Zezé Motta (ouça adiante!).
Aposentado como Inspetor de Segurança Penitenciária, depois de também trabalhar como engraxate e guia de cego, Wilson recebeu uma proposta do parceiro e advogado Nei Lopes para fazer uma música na “área” deles. “Eu cantarolei pelo telefone a melodia. Geralmente eu faço a melodia. No dia seguinte, o Nei tinha feito ‘abre as asas sobre mim, oh senhora liberdade’. E depois, veio o resto”, lembra.
“Senhora liberdade”, que a princípio se chamaria “Violenta emoção”, proporcionou momentos memoráveis ao Alicate, apelido que Wilson ganhou de Xangô da Mangueira por causa do forte aperto de mão. Ele lembra, por exemplo, de uma história que aconteceu em um show no teatro Rival, no Rio.
“As pessoas estavam cantando em coro. Eu, que não levantava o braço por causa do AVC, fiquei parado igual a um Cristo no palco.”
Extraído de http://osamba.net
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SRZD: Uma de suas músicas mais famosas é “Senhora liberdade” (parceria com Wilson Moreira e sucesso na voz de Zezé Motta), no final da década de 1970, e ficou muito associada ao momento político da ocasião (decadência do Regime Militar). Como foi que a canção surgiu? Havia mesmo a intenção de retratar aquele momento histórico? Houve problemas com a Censura?
NL: Eu já desmitifiquei essa história. “Senhora liberdade” é um samba de cadeia, ou seja: foi criado com base num tipo de repertório que nascia antigamente nos presídios e penitenciárias. Esses sambas que, acho, não surgem mais, eram lamentos que alguns presos cantavam, por força de sua situação. “Não sou um réu, mas a Justiça me condena / Que culpa cabe a mim? Que mal eu fiz a essa pequena?”, dizia um desses compositores anônimos, ao que parece incurso no artigo 217 do antigo Código Penal, que tipificava um dos crimes contra a honra: sedução. Um dia perguntei ao Wilson, agente penitenciário, hoje aposentado, se conhecia alguns desses sambas. Ante a resposta afirmativa, e a admiração dele por esses sambas, propus fazermos um. E fizemos “Senhora liberdade”. Que é um dos exemplares dos “sambas jurídicos” do meu repertório de ex-advogado. Não lembro de problemas com a censura…Lembro é que, com a Abertura Política e a campanha das “Diretas Já” esse samba foi mitificado, como foi o “Tô voltando” do Maurício Tapajós (composto em parceria com Paulo Cesar Pinheiro e sucesso na voz de Simone). Fazer o quê? Valeu!
Extraído de entrevista de Sidney Rezende com Nei Lopes http://www.sidneyrezende.com
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RF: Conta a história do “Senhora liberdade”, Wilson!
WM: Eu trabalhava no presídio… O Nei, muito esperto… Fez a letra toda e eu musiquei. O Nei é muito esperto…
RF: Mas ele fez pensando nessa história de você trabalhar no DESIPE?
WM: Exatamente. 35 anos lá… Aposentei lá, em 92.
Wilson Moreira em entrevista (out/2006) em http://butecodoedu.blogspot.com.br
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A versão que ouvi era de que Wilson, que trabalhou de carcereiro, convidou Nei para, juntos, serem jurados de um festival da canção no presídio. Após o evento, os dois se viram livres, enquanto aqueles que se apresentaram e por eles foram julgados, sem direito a liberdade. O sentimento deles foi tão violento que, na saída, já compuseram a canção.
Salvador Falcão no Facebook
Zeze Motta & Coro(1979)
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