Só danço samba
Integrando a derradeira leva de produções da dupla Tom e Vinicius, “Só danço samba” é a primeira composição bossa nova que faz referência explícita ao ato de dançar. Caiu assim como uma luva no repertório dos pocket shows, que o dançarino e coreógrafo americano Lennie Dale — o “inventor” da dança da bossa nova — apresentava no Beco (das Garrafas).
“Só danço samba” era como se tivesse sido feito para esse fim, inspirando a coreografia de movimentos de braços e quadris, que Lennie depois ensinaria a Elis Regina. Entretanto, como se sabe, não seria no Beco e sim no ‘Au Bon Gourrnet’, abrindo o show “Encontro”, nas vozes de João Gilberto e do quarteto Os Cariocas, que se deu a estreia de “Só danço samba” (ouça adiante!). Aliás, esse arranjo cantado no espetáculo seria consagrado no elepê do conjunto lançado em 1963 (confira em ‘O tempo não apagou’).
A composição é quase um blues, a partir de sua simplicidade melódica e do impulso rítmico sincopado no verso “vai, vai, vai, vai, vai”. Harmonicamente, também se aproxima desse gênero, com os característicos acordes de tônica, subdominante e dominante presentes, mais um motivo para estimular o improviso. A letra, muito simples e direta, exalta a superioridade do samba sobre o twist, o calipso e o chá-chá-chá, um tema, digamos, não muito original.
Mas, “Só danço samba” fez sucesso, sendo lançado nos Estados Unidos por Tom e João, o primeiro em seu disco instrumental para a Verve (ouça adiante!) e o segundo no álbum Getz/Gilberto, ambos gravados em 1963 (ouça adiante!) (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
Tom Jobim & Joao Gilberto & Os Cariocas ao vivo(1962)
Tom Jobim e Conjunto(1963)
Joao Gilberto & Stan Getz(1963)
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Os 50 anos do encontro no ‘Au Bon Gourmet’ (e de “Garota de Ipanema” também!)
Em 02/08/2012
Você nunca tinha escutado a maioria das músicas desse show, elas estavam sendo apresentadas ao mundo pela primeira vez. No palco, Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes e Os Cariocas, juntos pela primeira e pela última vez. O local é o restaurante “Au Bon Gourmet”, em Copacabana, Rio de Janeiro. A data: 02 de agosto de 1962.
Os Cariocas esquentam o público com a novíssima “Só danço samba”, acompanhados por Tom
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O resto, ah … O resto é história!
O que é impressionante é que esse show foi gravado, mas nunca lançado em disco.
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PS: o texto acima é uma versão condensada e em português do texto completo sobre o show, publicado em inglês pela Daniela Thompson em agosto de 2004.
Extraído de https://orfaosdoloronix.wordpress.com
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Emílio Santiago tem uma das mais belas vozes do Brasil: quente, limpa (emissão impecável) e cheia de recursos (timbres, extensões e técnica) que o intérprete sabe usar com o rigor de mestre. A escola da participação nos concursos de calouros, a atuação como crooner da orquestra de Eduardo Lincoln e o canto na noite deram a Emílio o conhecimento certo: de domínio de palco e voz.
Emílio já cantou vários de nossos grandes compositores, colorindo a história de nossa canção com suas aquarelas sonoras. Em “Só danço samba” (2010) ele se movimenta em direção ao sambalanço, que tanto acrescenta ao suingue de sua voz e, vice-e-versa, ganha outros brilhos na interpretação de Emílio (confira em ‘O tempo não apagou’). Temas e gingados que marcaram a formação musical do cantor, ainda cronner.
Portanto, “Só danço samba” é, de certo modo, um “olhar para trás”. Pois Emílio, ao homenagear o organista Ed Lincoln, parece apontar para o que, de fato, lhe engendrou: o samba, via estilo Ed Lincoln.
“Só danço samba” (ode a um de nossos grandes ritmos – para alguns é o maior), faixa-título de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, ganha arranjo mais feito para a dança de pares, agora embalados pelo órgão de Julinho Teixeira.
Além de “Só danço samba”, outras canções – como a bela “Samba de verão”, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle – ganham novas cores, imagens e sons através da voz de Emílio Santiago. Uma festa para os ouvidos e um privilégio para a nossa existência (brasileira). Há uma melancolia (toda nossa) que atravessa o disco e incita e excita o canto de Emílio Santiago.
Esta homenagem feita de Emílio para Lincoln, além de demonstrar a sensibilidade dos artistas, imprime a gratidão à nossa história. A arte (musical inclusive) requer aprimoramentos, estágios, parcerias e mergulhos, Emílio Santiago sabe disso, valoriza (resgata) sua história (que se confunde com a nossa: seus ouvintes) e canta, para nos encantar.
Extraído de http://365cancoes.blogspot.com.br
Que que mas gostei foi a versão de João Gilberto, porém a versão de Tom e orquestra ficaria melhor , se ouvesse voz , mais todas excelentes , questão de gosto .
Marcos Fidelis
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