Tenho ciúme de tudo

Waldir Machado

Até o final dos anos cinquenta, havia em nossa música popular cantores ecléticos, que gravavam para todos os gostos, dos mais refinados aos menos exigentes. Foi nessa ocasião que começaram a surgir os primeiros especialistas num tipo de música popularesca, de sentimentalismo exagerado que, tempos depois, passou a ser rotulada de brega-romântico.

Entre eles salientou-se a figura do pernambucano José Adauto Michiles, que com o nome artístico de Orlando Dias tornou-se um dos mais populares cantores bregas de sua geração. Com voz, físico e postura cênica ideais para o gênero — canto emocionado, mímica espalhafatosa, roupas em desalinho —, Orlando se apresentava em toda parte, vendendo aos milhares discos em que interpretava composições como “Tenho ciúme de tudo” — “Sou louco por ti / eu sofro por ti / te amo em segredo (…) Tenho ciúme do sol, do luar, do mar / tenho ciúme de tudo” — e num rompante: “tenho ciúme até da roupa que tu vestes…”.

Um dos quinze ou vinte boleros que Waldir Machado (ou Valdir Rocha) fez para o seu repertório, “Tenho ciúme de tudo” era o carro-chefe de Orlando Dias em 1961 (ouça adiante!) (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br

Orlando Dias(1961)

 

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A entrada em cena da TV introduziu no cenário artistas desse gênero, que o rádio não permitia pela falta da imagem. No programa “Clube do Bolinha”, levado ao ar em 1986, Orlando Dias se apresenta mostrando um pouco do que eram suas aparições:

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