Canção de amor
Uma considerável quantidade de músicas foram inicialmente recusadas por cantores famosos e que outros artistas, com maior senso de oportunidade, gravaram e obtiveram grandes sucessos. “Canção de Amor”, um belo e melancólico samba canção composto por Chocolate ,em parceria com Elano de Paula, gravado em 1950, é mais um exemplo de obra rejeitada que se transformaria em grande sucesso, sendo responsável em alavancar a carreira de uma grande cantora.
O samba, conta Chocolate, foi oferecido a Lúcio Alves que, de acordo com o compositor, “passou três meses e não deu nem pelota” e continuou: “até que uma cantora que trabalhava na Guanabara, Elizeth Cardoso, começou a pegar no meu pé “Eu quero o samba… Eu quero o samba… Eu dei o samba para ela… tinha que ser dela mesmo”. Desta forma, a música que foi recusada por Lúcio Alves, ironicamente, ficou imortalizada na voz da “Divina”. Hoje, faz parte do cancioneiro brasileiro. A música chegou a ser tema da Minissérie JK, da Rede Globo.
Outra curiosidade da canção: Elano de Paula, o autor da letra, é irmão mais velho do comediante Chico Anísio. Já o autor da música, Dorival Silva, o Chocolate, não era músico por formação, por este motivo, sua extrema sensibilidade musical era externada por meio da imitação do som de um suposto instrumento pessoal, conforme contou Chico Anísio: “… Chocolate não tocava nenhum instrumento, ele tocava poió, ele dizia: Popoió, poió, poió, pó poió…”. Desta forma, compôs vários sucessos, como o samba-canção “Vida de bailarina”, com Américo Seixas, gravada por Ângela Maria e também por Elis Regina, “Hino ao Músico”, com letra reivindicada por Chico Anísio e “Triste melodia”, parceria com Di Veras, gravado por Cauby Peixoto, dentre tantas outras. “Hino ao Músico” ficaria famosa ao se tornar prefixo do programa “Chico Anísio Show”.
Chocolate, falecido em 1989, também era comediante e atuou por muitos anos na “Praça da Alegria”. Elano Viana de Oliveira Paula, cearense de Maranguape, é escritor e um bem sucedido empresário. Mora, atualmente, em Fortaleza.
Extraído de http://www.drzem.com.br
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A entrada da editora Todamérica no mercado fonográfico ensejou o aproveitamento de vários artistas, sem oportunidade em outras gravadoras. Entre estes estava Elizeth Cardoso, que despontou para o estrelato logo em seu primeiro disco na empresa, com o samba “Canção de amor”.
Possuidora de um belo timbre de voz e de um estilo personalíssimo de cantar, Elizeth soube valorizar muito bem a melodia deste samba, considerada avançada na época. Aliás, era uma característica de seu autor, o comediante Chocolate, a predileção por melodias sofisticadas.
Mais conhecida pelo verso inicial – “Saudade, torrente de paixão” -, “Canção de Amor” foi lançada em outubro de 50, alcançando as paradas de sucesso em abril do ano seguinte, nelas permanecendo por quatro meses (ouça adiante!).
Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br
Elizeth Cardoso(1950)
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Vinícius de Moraes, poeta e diplomata, declarou que “Canção de amor” está indissoluvelmente ligado à sua vida. Você sabe porque ? (ouça adiante!)
Vinícius de Moraes contando, com Clara Nunes cantando
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Olhe Aqui, Mr. Buster
Olhe aqui, Mr. Buster: está muito certo
Que o Sr. tenha um apartamento em Park Avenue e uma casa em Beverly Hills.
Está muito certo que em seu apartamento de Park Avenue
O Sr. tenha um caco de friso do Partenon, e no quintal de sua casa em Hollywood
Um poço de petróleo trabalhando de dia para lhe dar dinheiro e de noite para lhe dar insônia.
Está muito certo que em ambas as residências
O Sr. tenha geladeiras gigantescas capazes de conservar o seu preconceito racial
Por muitos anos a vir, e vacuum-cleaners com mais chupo
Que um beijo de Marilyn Monroe, e máquinas de lavar
Capazes de apagar a mancha de seu desgosto de ter posto tanto dinheiro em vão na guerra daCoréia.
Está certo que em sua mesa as torradas saltem nervosamente de torradeiras automáticas
E suas portas se abram com célula fotelétrica. Está muito certo
Que o Sr. tenha cinema em casa para os meninos verem filmes de mocinho
Isto sem falar nos quatro aparelhos de televisão e na fabulosa hi-fi
Com alto-falantes espalhados por todos os andares, inclusive nos banheiros.
Está muito certo que a Sra. Buster seja citada uma vez por mês por Elsa Maxwell
E tenha dois psiquiatras: um em Nova York, outro em Los Angeles, para as duas “estações” do ano.
Está tudo muito certo, Mr. Buster – o Sr. ainda acabará governador do seu estado
E sem dúvida presidente de muitas companhias de petróleo, aço e consciências enlatadas.
Mas me diga uma coisa, Mr. Buster
Me diga sinceramente uma coisa, Mr. Buster:
O Sr. sabe lá o que é um choro de Pixinguinha?
O Sr. sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal?
O Sr. sabe lá o que é torcer pelo Botafogo
É incrível como as coisas acontecem. No caso da música em questão que foi rejeitada por Lúcio Alves por várias vezes ( figura antipática, prepotente,com traços de ator americano orgulhoso e decadente ). No entanto a visão musical da Divina Elizeth Cardoso, pode dar o valor merecido a música e garantiu a sua imortalidade na MPB.
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